Nas análises estratégicas globais é costume avaliarem-se as condições em que podem ser exercidas as técnicas de intervenção no sistema por parte dos vários agentes em relação aos seus pares. Normalmente reconhece-se que os actores principais têm a capacidade e possibilidade de poder exercer esses poderes em situações muito mais vastas do que os restantes. E a esses grandes actores, quando estamos a tratar de países, designamos por potências.
Mesmo entre as diversas potências há hierarquias de importância, estabelecidas em função dos meios de que dispõem para exercer a sua influência concretamente. É um critério quantitativo e é a abundância desses meios que tornam, na actualidade, os Estados Unidos numa potência muito mais “potente” dos que as outras, como a China, a Rússia, o Reino Unido ou a França, para mencionar apenas as cinco que gozam desse estatuto formal na ONU. Eles (USA) têm capacidades que os outros não têm.
Muito mais subjectiva e imbricada no próprio sistema de influência e intervenção é a componente que se pode designar por credibilidade. Está dependente do perfil dos protagonistas e é um assunto muito actual devido às personalidades dos detentores actuais do poder nos Estados Unidos (Bush, Cheney, etc…). Mas, por uma vez, exemplifique-se este conceito da credibilidade utilizando um exemplo que não seja daqueles soturnos do costume quando se trata dos assuntos de estratégia.
Como nos Tesourinhos Deprimentes dos Gato Fedorento: o local é o do programa Herman 98, o convidado de Herman José é Manuel Serrão, a quem Herman está a fazer uma entrevista. Uma, duas, três vezes, Herman insiste em mandar a bisca que Manuel Serrão tinha uma nova paixão, ao que o entrevistado começou por não dar troco para, à terceira insistência, retorquir, com um sorriso melífluo que, se a ideia da entrevista fosse falar da vida pessoal, então falar-se-ia da dele e da do Herman…
Dá para adivinhar como Herman José mudou logo rapidamente de assunto… Não haveria muitas pessoas que, naquelas circunstâncias, tivessem o à vontade em frente às câmaras e o descaramento para exporem aquilo que afinal poderia ser uma revelação apenas para parte da audiência, mas havia a convicção que Manuel Serrão seria uma das pessoas capazes de o fazer… Ora é essa convicção que eu designo por credibilidade, que neste caso funcionou como um mecanismo de dissuasão eficaz por parte de Manuel Serrão.
Não se tratou de uma avaliação da capacidade de dissuasão (aqui representada pelo conhecimento da vida pessoal de Herman José), assunto sobre o qual muitos outros convidados naquela situação também possuiriam dados, mas pela credibilidade atribuída por Herman José ao descaramento de Manuel Serrão em o divulgar. E foi isso que o inibiu. Possuir essa credibilidade enquanto dirigente é algo que é obrigatório que os presidentes norte-americanos possuam para que a ordem mundial vigente funcione. James Carter perdeu-a em 1979-80 e agora George W. Bush também… O que é perigoso.
É que, por exemplo, por muito que ele (Bush) prometa bombardear o Irão se continuar o processo de enriquecimento de urânio (e ainda pode fazê-lo), a comunidade internacional reage sempre como se não acreditasse que o fosse fazer…
Muito mais subjectiva e imbricada no próprio sistema de influência e intervenção é a componente que se pode designar por credibilidade. Está dependente do perfil dos protagonistas e é um assunto muito actual devido às personalidades dos detentores actuais do poder nos Estados Unidos (Bush, Cheney, etc…). Mas, por uma vez, exemplifique-se este conceito da credibilidade utilizando um exemplo que não seja daqueles soturnos do costume quando se trata dos assuntos de estratégia.
Como nos Tesourinhos Deprimentes dos Gato Fedorento: o local é o do programa Herman 98, o convidado de Herman José é Manuel Serrão, a quem Herman está a fazer uma entrevista. Uma, duas, três vezes, Herman insiste em mandar a bisca que Manuel Serrão tinha uma nova paixão, ao que o entrevistado começou por não dar troco para, à terceira insistência, retorquir, com um sorriso melífluo que, se a ideia da entrevista fosse falar da vida pessoal, então falar-se-ia da dele e da do Herman…
Dá para adivinhar como Herman José mudou logo rapidamente de assunto… Não haveria muitas pessoas que, naquelas circunstâncias, tivessem o à vontade em frente às câmaras e o descaramento para exporem aquilo que afinal poderia ser uma revelação apenas para parte da audiência, mas havia a convicção que Manuel Serrão seria uma das pessoas capazes de o fazer… Ora é essa convicção que eu designo por credibilidade, que neste caso funcionou como um mecanismo de dissuasão eficaz por parte de Manuel Serrão.
Não se tratou de uma avaliação da capacidade de dissuasão (aqui representada pelo conhecimento da vida pessoal de Herman José), assunto sobre o qual muitos outros convidados naquela situação também possuiriam dados, mas pela credibilidade atribuída por Herman José ao descaramento de Manuel Serrão em o divulgar. E foi isso que o inibiu. Possuir essa credibilidade enquanto dirigente é algo que é obrigatório que os presidentes norte-americanos possuam para que a ordem mundial vigente funcione. James Carter perdeu-a em 1979-80 e agora George W. Bush também… O que é perigoso.
É que, por exemplo, por muito que ele (Bush) prometa bombardear o Irão se continuar o processo de enriquecimento de urânio (e ainda pode fazê-lo), a comunidade internacional reage sempre como se não acreditasse que o fosse fazer…
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