Embora se possa especular quais terão sido as causas, para este poste não interessa desenvolver que razões terão feito com que os titulares (civis) da pasta da Fazenda dos governos brasileiros do regime militar tenham adquirido um prestígio bem acima do dos seus colegas de governo. As figuras de Delfim Netto (1967-74) e Mário Henrique Simonsen (1974-79) são incontornáveis, em termos económicos mas também políticos, para quem pretenda fazer uma análise um pouco mais aprofundada de todo aquele período da História do Brasil.
Mais do que isso, mesmo durante a década de 80, o titular do cargo de ministro da Fazenda continuou a ser tido em imenso prestígio, muito embora os problemas que se lhes deparavam fossem muito mais complicados do que os dos seus antecessores: a mesma propensão de sempre da economia brasileira para a hiper-inflação, mas sem as taxas de crescimento económico do passado que a tornavam socialmente aceitável… De destacar a gestão discreta mas, apesar de tudo, eficaz de Ernane Galvêas (1980-85). Depois, foi o descalabro: a inflação anual brasileira em Fevereiro de 1990 cifrava-se em 2.700%...
É num quadro de grande expectativa, gerado pela eleição de Collor de Mello, que este toma posse (Março de 1990) e escolhe a primeira mulher no Brasil para ocupar a pasta da Fazenda: Zélia Cardoso de Mello. Contudo, ao contrário das iniciativas semelhantes no passado, o plano implementado pelo novo governo para controlar a inflação acabou ficando conhecido pelo nome do presidente: Plano Collor. O Plano acabou por se vir a revelar um fracasso (contida inicialmente, no final do ano a inflação voltará para os 1.200%...) mas é da ministra que este poste pretende falar.
É evidente que deu logo para perceber que, no mundo machão da política brasileira, a recepção a uma mulher num tão alto cargo não ia ser coisa fácil. Não foi, mas, por isso mesmo, à distância deste lado do Atlântico houve que dar desconto às bocas dos dois extremos que foram aparecendo acerca da personagem: desde a superficialidade inicial da existência de uma ministra brasileira (Que giro! E depois?...) até se chegar aos relatos do seu envolvimento com o seu colega da pasta da Justiça, Bernardo Cabral, vinte anos mais velho que ela (Ai é? E foram os primeiros ministros adúlteros no Brasil?...).
Independentemente disso, Zélia parecia ser uma negação a cativar simpatias. Tinha tanto de franca como de tonta: ao viajar para Portugal num avião da TAP – Air Portugal, não se esqueceu de dizer publicamente ao cá chegar, num assomo de frescura que lhe granjeou imensa popularidade, que tinha grandes dificuldades em entender o sotaque português e que, por exemplo, só conseguia compreender o que comandante do avião onde viajou dizia quando o repetia em inglês… Não há registos de jornalistas que se lhe tivessem dirigido em inglês depois disso, mas estava mesmo a pedi-las…
Lembrei-me de Zélia e renovei a minha opinião de tonta catapultada para um cargo bem acima das suas possibilidades ao ver um vídeo do You Tube, onde a jornalista Lilian Witte Fibe recorda, num programa com Jô Soares, uma antiga entrevista a Zélia, então ministra ou em vias de o ser, e em que esta dá mostras de não perceber rigorosamente nada do que está a falar enquanto tenta entalar a jornalista afirmando convictamente que já respondeu à pergunta. Enfim, a esta distância dá para perceber como Zélia não passava de mais uma figurante daquele mundo peculiar que Fernando Collor de Mello levou para Brasília…
É num quadro de grande expectativa, gerado pela eleição de Collor de Mello, que este toma posse (Março de 1990) e escolhe a primeira mulher no Brasil para ocupar a pasta da Fazenda: Zélia Cardoso de Mello. Contudo, ao contrário das iniciativas semelhantes no passado, o plano implementado pelo novo governo para controlar a inflação acabou ficando conhecido pelo nome do presidente: Plano Collor. O Plano acabou por se vir a revelar um fracasso (contida inicialmente, no final do ano a inflação voltará para os 1.200%...) mas é da ministra que este poste pretende falar.
É evidente que deu logo para perceber que, no mundo machão da política brasileira, a recepção a uma mulher num tão alto cargo não ia ser coisa fácil. Não foi, mas, por isso mesmo, à distância deste lado do Atlântico houve que dar desconto às bocas dos dois extremos que foram aparecendo acerca da personagem: desde a superficialidade inicial da existência de uma ministra brasileira (Que giro! E depois?...) até se chegar aos relatos do seu envolvimento com o seu colega da pasta da Justiça, Bernardo Cabral, vinte anos mais velho que ela (Ai é? E foram os primeiros ministros adúlteros no Brasil?...).
Independentemente disso, Zélia parecia ser uma negação a cativar simpatias. Tinha tanto de franca como de tonta: ao viajar para Portugal num avião da TAP – Air Portugal, não se esqueceu de dizer publicamente ao cá chegar, num assomo de frescura que lhe granjeou imensa popularidade, que tinha grandes dificuldades em entender o sotaque português e que, por exemplo, só conseguia compreender o que comandante do avião onde viajou dizia quando o repetia em inglês… Não há registos de jornalistas que se lhe tivessem dirigido em inglês depois disso, mas estava mesmo a pedi-las…
Lembrei-me de Zélia e renovei a minha opinião de tonta catapultada para um cargo bem acima das suas possibilidades ao ver um vídeo do You Tube, onde a jornalista Lilian Witte Fibe recorda, num programa com Jô Soares, uma antiga entrevista a Zélia, então ministra ou em vias de o ser, e em que esta dá mostras de não perceber rigorosamente nada do que está a falar enquanto tenta entalar a jornalista afirmando convictamente que já respondeu à pergunta. Enfim, a esta distância dá para perceber como Zélia não passava de mais uma figurante daquele mundo peculiar que Fernando Collor de Mello levou para Brasília…
Adenda – Uma mente mais maldosa fez-me notar como Zélia faz lembrar, fisicamente, Carolina Salgado…
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