28 maio 2013

SE CAVACO TIVESSE PERDIDO A ELEIÇÃO «POR UM FIO», ENTÃO TÊ-LA-IA PERDIDO PARA QUEM?

Acima vê-se o início da crónica do Vasco do passado Domingo no Público zupando (adivinhem lá...)em Cavaco Silva. Atente-se à passagem sublinhada, e reflicta-se sobre o que poderá o Vasco querer dizer – se alguma coisa válida… – com aquela referência a uma eleição que Cavaco não perdeu por um fio. Suponho que Vasco se estará a referir às últimas eleições presidenciais, onde Cavaco recebeu apenas 2.232.000 votos, que foram, mesmo assim, mais 1.400.000 votos do que o candidato que ficou colocado em segundo lugar, Manuel Alegre. Onde para que este último ganhasse uma hipotética segunda volta, teria que praticamente triplicar os 833.000 votos que rebera no sufrágio inicial. É caso para questionar pertinentemente, na onda de mais este delírio do Vasco: se Cavaco perderia por um fio, perderia para que vencedor? É uma chatice quando estas realidades perturbam as análises do Vasco, mas reconheça-se que a culpa nem é exclusiva dele, antes da legião intelectual-urbana dos seus admiradores imbecis.

Sabe-se quanto Cavaco Silva é malquisto por aquela classe urbana que se considera a elite cá do sítio (onde também me insiro...) e como essa classe tem uma grande relutância em se assumir como co-responsável pela mediocridade em que o país se atascou. Mas, mesmo quem não aprecie Cavaco Silva (como eu), e no que diz respeito à expressão da vontade popular, tem de se reconhecer que, no seu historial político, de entre as seis eleições a que se apresentou (1985, 1987, 1991, 1996, 2006, 2011), Cavaco Silva venceu cinco, quatro delas com maiorias absolutas... Eu não tenho grande consideração por Cavaco, mas tenho que ter ainda menos consideração pelo Vasco que, perante factos, ainda me vem tentar impingir este tipo de argumentação onde parece querer fazer passar por whisky com soda o Alka-Szeltzer que tem de tomar para a azia...

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