Se observarmos a fotografia acima de Jacques Henry Lartigue (1894-1986), o que lhe dá força e nos prende a atenção é a reacção das pessoas à fúria dos elementos. Pode haver admiração pela força do vento que entorta as folhas da palmeira ou pela densidade do spray das ondas que se adivinha pairar no ar, mas isso torna-se secundário ao lado dos ares compostos dos traseuntes e à pergunta porque se passeará tanta gente (veja-se ao fundo) pela beira-mar com aquele tempo... As crises, tomadas como desastres provocados pelo homem e não pela natureza, também são para ser consideradas assim: não é possível fixar por muito tempo as atenções dos observadores nos seus fenómenos meteorológicos, o que tem interesse são as suas implicações humanas.
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