10 agosto 2011

QUEM TE VIU E QUEM TÊ VÊ

Este poste contem dois vídeos extensos que não é preciso ver até ao fim para se perceber qual o conteúdo. O primeiro data de Janeiro de 1986, mostra-nos um debate televisivo para as eleições presidenciais envolvendo Mário Soares e Freitas do Amaral moderado por Miguel Sousa Tavares. O debate tem lugar obviamente na RTP (única estação à época) e é um excelente instrumento para demonstrar quantos os nostálgicos do antigamente podem ter razão quanto à qualidade dos debates de outrora, quanto à elevação dos intervenientes sem diminuir a contundência da argumentação.

O segundo é um debate promovido pela SIC em 1993 (sete anos, portanto, depois do anterior) e ali se pretendia debater exaustivamente a questão da rede bombista que actuou no Norte do país durante o PREC. Há dois moderadores, Carlos Magno e José Alberto Carvalho, e há uma profusão de convidados, cerca de dúzia e meia, numa salada russa que vai de Sousa e Castro e Almeida e Costa a Pires Veloso entre os militares e de Avelino Ferreira Torres, Valentim Loureiro e Manuel Macedo a Ribeiro e Castro entre os civis. Aqueles que falam mais alto são os que se ouvem melhor…

Algures no meio desses sete anos parecem ter-se transposto galhardamente – para nunca mais se ter regressado… – a fronteira daquilo que é a informação e do que é espectáculo televisivo. Mesmo assim, aceitar-se-ia se o espectáculo se cingisse à decoração refinada do segundo debate, o problema surge quando não se percebe se o critério dos convites terá considerado sequer em pé de igualdade a respeitabilidade e a exuberância de quem iria participar… Comparar estes dois vídeos torna-se um exemplo concreto do contributo precioso da SIC para a qualidade da informação televisiva em Portugal

Os meus agradecimentos para quem disponibiliza estes preciosos vídeos no You Tube e para quem me chamou a atenção para eles.

1 comentário:

  1. E quem fala mais alto são os berradores políticos (ou politiqueios)habituais.
    Nota-se também entre os convidados, perto de Ferreira Torres, alguns advogados das vítimas da Rede Bombista (como o Padre Max).

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