23 fevereiro 2011

«STOVEPIPING»? (1)

Como Gaddafi, também Donald Rumsfeld é um daqueles maus que não se costuma dar facilmente por vencido. Recentemente, publicou um livro de memórias (Known and Unknown, acima) e nas suas aparições televisivas para o promover o ex-Secretário da Defesa mostra o quão coriáceo é, socorrendo-se de todas as artimanhas argumentativas para tentar refutar as acusações que sobre si caem, parecendo que ainda quer reescrever uma fase não particularmente brilhante da história recente dos Estados Unidos.

Numa dessas entrevistas com Andrea Mitchell na MSNBC (que infelizmente não posso transferir para o blogue e há que ver neste link) Rumsfeld chega a um extremo de se passar por desentendido, ao fingir que desconhece o significado da palavra stovepiping¹ (aos 6:50). A reacção de Andrea Mitchell é de genuína indignação, demonstrando a sua incredibilidade pelo excesso de ingenuidade de que o entrevistado quer mostrar. Aqui fica, para que Judite Sousa aprenda em que circunstâncias é que o entrevistador deve ser assertivo

¹ Embora stovepipe seja literalmente a palavra em inglês que designa a chaminé de um fogão de sala, a palavra stovepiping aplicada ao contexto das informações, como foi o caso na entrevista e é uma acusação recorrente à Administração Bush, serve para descrever várias formas de distorcer as informações sem as apresentar no contexto adequado. No poste seguinte, a propósito da situação na Líbia, darei aquilo que pode ser um exemplo concreto.

Sem comentários:

Enviar um comentário