
É frequente surpreendermo-nos com as pinturas do norte-americano Norman Rockwell (1894-1978). Trata-se de
um estilo facilmente reconhecível, em que o autor procura reproduzir os temas que escolhe empregando uma precisão verdadeiramente
fotográfica, escolhendo o momento como se de um
instantâneo se tratasse. Um quadro de Rockwell parece quase sempre uma
fotografia pintada. E, na verdade, é provável muitos terão sido assim inspirados.

Porém, Norman Rockwell tinha um talento inato para apurar a comicidade visual dos instantes que pintava. E, tal qual um bom autor de
BD, sabia como contar uma boa história em algumas imagens (acima,
Rumors and Gossip). Adquiriu uma grande popularidade quando algumas das suas obras apareceram como ilustrações de capas de revistas de grande circulação. Mas o
circuito da crítica sempre o menosprezou, rebaixando-o à categoria
menor de ilustrador.

Uns vinte anos depois da sua morte, a renovação do
circuito da crítica teve que fazer o que era evidente: reconhecer os méritos da obra de Rockwell que o mesmo
circuito outrora qualificara de
kitsch. Em 2006, um dos seus quadros (acima,
Breaking Home Ties), que fora valorizado pela
Sotheby´s em 4 a 6 milhões de dólares, acabou vendido em leilão pelo triplo desse valor (
15,4 milhões). Uma desforra tardia sobre um
ambiente que Rockwell tão bem parodiou…
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