
Recentemente tive que utilizar, pagando, uma antiga
SCUT e ocorreu-me ser oportuno fazer uma pequena análise distanciada, agora que a maior parte da
poeira política assentou, de alguns aspectos do impacto da transformação daquelas Auto-Estradas então apodadas de
sem custos para o utilizador em Auto-Estradas normais. Recorde-se que, como consequência dessa mudança, as receitas das empresas concessionárias dessas Auto-Estradas passaram a ser geradas a partir do tráfego efectivo em vez das receitas serem estimadas a partir de um coeficiente de tráfego virtual negociado entre a empresa e o Estado...

E observe-se acima como a cotação das acções da
Brisa, a maior empresa concessionária do sector em Portugal (
com mais de 1.500 Km de Auto-Estradas concessionados) evoluiu neste último ano (gráfico do
Jornal de Negócios). A queda abrupta registada em Maio e Junho de 2010 corresponderá
ao período quente da decisão governamental de extinguir o regime SCUT, mas note-se como, depois dele, a cotação (a negro) das acções da Brisa nunca mais recuperou o valor anterior... Parece eloquente sobre o que
os mercados pensarão sobre o impacto que a abolição das
SCUT representou nas receitas e rentabilidade da empresa…

Brincando com os acrónimos, suponho que teria sido mais rigoroso que
o regime apadrinhado por João Cravinho em 1997 para aquelas Auto-Estradas, em vez de se designar pelo
politicamente apelativo SCUT –
Sem CUstos para o UTilizador –, se designasse pelo financeiramente mais verdadeiro
MALUCO –
MAis LUcrativas para a COncessionária…
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