24 fevereiro 2011

SOBRECARGA

Houve um terramoto na Nova Zelândia. Terão morrido centenas de pessoas. E há manifestações contestando os regimes no poder no Bahrein, na Líbia e no Yemen. Mas também há limites para a distribuição das simpatias e compaixões do público com tantos assuntos quentes no noticiário internacional. Por isso, tornou-se essencial seleccionar e optou-se pela Líbia cujo dirigente é o mais conhecido, mais exótico e mais mau – e assim o mais propenso a ser detestado, que é afinal aquilo de que o público gosta: enredos com bons e maus. Por fim, há ainda as consequências, como é o caso do aumento do preço do petróleo, por exemplo…

Em suma, está-se num tal estado de sobrecarga informativa que até se deixou passar o 23 de Fevereiro e os 30 anos decorridos sobre a tentativa de Golpe de Estado em Espanha (1981) sem que a efeméride tivesse sido trabalhada devidamente. Só que, convém recordar como, ao contrário do jornalismo, a verdadeira importância histórica dos assuntos não se compacta às páginas ou ao horário disponível nos órgãos de informação. Para mais quando o importante por vezes é até a sua ausência, como será o caso da inexistência de notícias revolucionárias após as Revoluções que abalaram recentemente a Tunísia e o Egipto

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