Aquilo que recentemente se passou na Costa do Marfim, e que tão desapercebido tem passado entre o Mundo da Informação, é uma demonstração de como ainda é premente que se travem combates pela democracia em todo os lugares do Mundo onde eles são precisos e não apenas naqueles locais seleccionados pelo outro Mundo (o da Informação) para manipular as nossas emoções em função de conveniências geoestratégicas. A história é simples, tem muito de dejá vu e constitui a enésima confirmação de que existe uma incomensurável distância entre uma verdadeira democracia e a organização de cerimónias mais ou menos legítimas onde os cidadãos de um país são convidados a exprimir a sua opinião através de boletins de voto. As eleições presidenciais na Costa do Marfim andavam a ser adiadas desde 2005…
E, quando se chega a estes extremos, todos sabemos como os militares e a polícia sabem contar votos muito melhor que os civis… Se, pelas contas deles, dizem que foi Gbagbo o vencedor então é verdade, porque o armamento costuma ser um argumento decisivo em democracia. Mais a sério e sem ironias, tudo aponta para que o regime de Gbagbo, se sobreviver, se venha a tornar em mais um dos estados párias da comunidade internacional como, por exemplo, o Zimbabué de Mugabe. Não deixa de ser curioso como estes casos entre países remotos, mas afastados das fronteiras das disputas entre grandes blocos geopolíticos, acabam por não despertar a mesma atenção e condenação moral, também aqui na blogosfera, que despertam outros casos de países igualmente remotos (a Birmânia ou as Honduras), que estão localizados nessas fronteiras estratégicas…
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