Ao contrário dos actores, os escritores não são facilmente reconhecidos em fotografia. Mas o nome da escritora norte-americana Pearl S. Buck (acima, 1892-1973) certamente dirá alguma coisa ao leitor deste blogue, nem que seja pelo facto de ter sido agraciada com o Prémio Nobel da Literatura de 1938 pelas (citando o documento que lhe atribui o galardão) suas ricas descrições, verdadeiramente épicas, da vida dos camponeses na China e pelas suas biografias. Este gesto de preferir premiar uma estrangeira por se ter mostrado apta a interpretar o que seria a China profunda é, no mínimo, tão raro quanto curioso.
Pergunto-me se teria sido possível galardoar um russo por escrever (em russo) sobre a pauperização do Midwest durante a Depressão ou um norte-americano por escrever (em inglês) sobre a colectivização dos campos sob Estaline… Para mais quando, falando em chineses genuínos, se compara esse galardão com o desconhecimento a que foi votado Lu Xun (abaixo, 1881-1936), que é considerado pelos próprios chineses com o pai da sua literatura moderna, e quando se constata que foi preciso esperar 100 anos para o primeiro escritor chinês recebesse um Prémio Nobel (Gao Xingjian em 2000)…
Pergunto-me se teria sido possível galardoar um russo por escrever (em russo) sobre a pauperização do Midwest durante a Depressão ou um norte-americano por escrever (em inglês) sobre a colectivização dos campos sob Estaline… Para mais quando, falando em chineses genuínos, se compara esse galardão com o desconhecimento a que foi votado Lu Xun (abaixo, 1881-1936), que é considerado pelos próprios chineses com o pai da sua literatura moderna, e quando se constata que foi preciso esperar 100 anos para o primeiro escritor chinês recebesse um Prémio Nobel (Gao Xingjian em 2000)…
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