Sempre associei a Alemanha a um país de cores baças. Não propriamente as cores da natureza, evidentemente, que os verdes na Alemanha tendem até a ter uma tonalidade muito bonita especialmente na Primavera, estou-me a referir às cores urbanas. A sensação começa logo quando se entra num avião da Lufthansa (acima), onde predominam as cores sóbrias e onde se abusa da combinação de cinzentos. A decoração segue o mesmo padrão à chegada aos aeroportos e, mesmo sendo o emblema da companhia amarelo alaranjado, os alemães parecem conseguir guardar o segredo de conseguir desmaiar as cores garridas para combinarem com o seu ambiente (abaixo).
Nos hotéis o estilo costuma ser o mesmo e nos escritórios também. Há evidentemente excepções, a começar pelas cores da própria bandeira nacional e a terminar nas cores de muitos automóveis, muitas das quais, pela sua exuberância, consideraria invendáveis em Portugal. É por tudo isso que, antes de a enquadrar histórica e politicamente, gostaria de classificar a fotografia abaixo quanto ao seu colorido: é das mais genuinamente alemãs que conheço. Foi tirada em 1971, em Berlim Leste, na antiga República Democrática Alemã e nela aparecem os seus dois grandes dirigentes Walter Ulbricht (1893-1973, à direita) e Erich Honecker (1912-1994), delfim e sucessor do primeiro.
Walter Ulbricht foi o homem de confiança dos soviéticos na Alemanha depois de 1945 e, por consequência, o protagonista da edificação da República Democrática Alemã em 1949. Assumindo a direcção suprema do Partido Comunista desde 1950, ainda nos tempos de Estaline, mais de 20 anos depois o prazo de validade de Ulbricht já estava há muito ultrapassado e, como o semblante carregado dele parece indicar quando em contraste com a aparente jovialidade tranquila de Honecker, nesta fotografia ele parecia já estar a adivinhar o golpe palaciano que este último se estava a preparar para desencadear, desalojando-o com o apoio soviético em Maio de 1971...
Nos hotéis o estilo costuma ser o mesmo e nos escritórios também. Há evidentemente excepções, a começar pelas cores da própria bandeira nacional e a terminar nas cores de muitos automóveis, muitas das quais, pela sua exuberância, consideraria invendáveis em Portugal. É por tudo isso que, antes de a enquadrar histórica e politicamente, gostaria de classificar a fotografia abaixo quanto ao seu colorido: é das mais genuinamente alemãs que conheço. Foi tirada em 1971, em Berlim Leste, na antiga República Democrática Alemã e nela aparecem os seus dois grandes dirigentes Walter Ulbricht (1893-1973, à direita) e Erich Honecker (1912-1994), delfim e sucessor do primeiro.
Walter Ulbricht foi o homem de confiança dos soviéticos na Alemanha depois de 1945 e, por consequência, o protagonista da edificação da República Democrática Alemã em 1949. Assumindo a direcção suprema do Partido Comunista desde 1950, ainda nos tempos de Estaline, mais de 20 anos depois o prazo de validade de Ulbricht já estava há muito ultrapassado e, como o semblante carregado dele parece indicar quando em contraste com a aparente jovialidade tranquila de Honecker, nesta fotografia ele parecia já estar a adivinhar o golpe palaciano que este último se estava a preparar para desencadear, desalojando-o com o apoio soviético em Maio de 1971...
Apenas por curiosidade, mas ainda associada ao colorido alemão, deixo aqui esta montagem, em que se pode comparar a Angela Merkel genuína, a de há uns 10/15 anos atrás, com a actual, com a imagem já devidamente trabalhada.
Nem a Agfa escapava! As cores dos filmes nunca chegaram aos calcanhares da Kodak...
ResponderEliminarNos hoteis da RDA, não só imperava o cinzentismo como eram mínimos, como aliás costumavam ser as divisões de casas desse ex-país.
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