23 abril 2009

MUCH ADOE ABOUT NOTHING (1)

Tendo este blogue um título algo pomposo e sendo cá duma erudição, por esta vez insisto em puxar o lustro aos dois quando dou um título em estrangeiro a este poste, título esse até com um cunho renascentista, e para mais copiado de uma das peças de Shakespeare!... Nem poderia ser de outra maneira, visto o tema do poste ser sobre Vasco Graça Moura, um intelectual activo conforme se pode ler numa das suas biografias. E a tradução daquele título – a tradução é, aliás, uma das actividades em que Graça Moura tem recolhido mais reconhecimentos – corresponde a: Muito Barulho para Nada. O barulho refere-se, claro, às sucessivas crónicas laudatórias à actual direcção do seu partido, o PSD, que semanalmente ele tem escrito para o Diário de Notícias.
Suponho que através delas se poderá observar uma tradição velha de séculos em que os brilhantes intelectuais activos como Vasco Graça Moura terão malbaratado o seu engenho e arte em textos incomodativamente encomiásticos em relação a quem detém o poder. E quantas vezes o fizeram em vão… Parece ter sido este o caso, quando se constata que da lista de candidatos a eurodeputados apresentada pelo PSD não consta o nome de Vasco Graça Moura. Neste caso, para Vasco Graça Moura, que parece ter investido tanto nessa recondução, a lição que lhe fica nem sequer me parece digna do intelectual activo que ele assume ser. A lição é afinal mais um daqueles prosaicos ditados que estabelece que, quanto mais a gente se inclina, mais se lhe vê o
De uma forma mais sóbria e mais séria, faço votos que os eurodeputados portugueses a eleger sejam, em média, ainda melhores e mais empenhados do que aqueles que agora saem... Confira-se esta avaliação de desempenho(*) de todos os eurodeputados publicada recentemente e onde Vasco Graça Moura figura num (para ele) desactivado 312º lugar entre 920 colegas.

(*) ADENDA do dia seguinte: O site a que este poste ligava foi desactivado preventivamente pelo autor, segundo se sabe devido às ameaças de procedimento judicial por parte do que se supõem ser alguns eurodeputados tornados subitamente activos depois da publicidade dada à sua (in)actividade durante o mandato… Como se vê, a relutância às avaliações de desempenho não dá apenas ao Mário Nogueira e aos respectivos órgãos sindicais da sua classe…

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