Chico Fininho (Rui Veloso/ Carlos Tê) é considerada a música de referência da fase da explosão de popularidade do Rock português (1980). No entanto, quero convidar quem lê este poste a relembrá-la (abaixo), mas agora prestando mais atenção à letra de Carlos Tê. Tratava-se, na época, de uma letra com um conteúdo diferente, depois do país ter atravessado a fase do usufruto das amplas liberdades e do apogeu das canções revolucionárias, caracterizadas normalmente por um fortíssimo engajamento político e social. Neste caso, a letra de Chico Fininho também possuía um evidente preocupação social, mas a abordagem que usara era completamente diferente…
A diferença mais audível seria a do vocabulário, que se tornava mais coloquial e, porque de origem tripeira, cheio de palavrões (como merda ou caganeira), embora ditos de uma forma natural, algo que fora impensável até aí. Em 1975 Ary dos Santos no Fado de Alcoentre pusera Fernando Tordo a declamar Que Merda! mas fora para chocar o auditório… Mas a diferença principal era outra. O herói, o Chico Fininho que dá o título à canção, pertencia ao fundo da pirâmide social, era um drogado. Ora as canções de intervenção, que se preocupavam com os explorados e oprimidos, não incluíam os drogados, que haviam escapado à abordagem científica do marxismo-leninismo…
A diferença mais audível seria a do vocabulário, que se tornava mais coloquial e, porque de origem tripeira, cheio de palavrões (como merda ou caganeira), embora ditos de uma forma natural, algo que fora impensável até aí. Em 1975 Ary dos Santos no Fado de Alcoentre pusera Fernando Tordo a declamar Que Merda! mas fora para chocar o auditório… Mas a diferença principal era outra. O herói, o Chico Fininho que dá o título à canção, pertencia ao fundo da pirâmide social, era um drogado. Ora as canções de intervenção, que se preocupavam com os explorados e oprimidos, não incluíam os drogados, que haviam escapado à abordagem científica do marxismo-leninismo…
Nesses tempos e nesses locais não havia droga. Portanto, não havia drogados. E se os havia era apenas nos países capitalistas ou com influências do Imperialismo norte-americano. Portanto esses não cabiam no conceito de excluídos sociais. Era uma opção.
ResponderEliminarTal qual!
ResponderEliminarTambém se pode abordar a questão com o rigor científico do marxismo-leninismo:
Os "janados" eram proletários que, em vez de se disporem a exercer a "ditadura do proletariado", preferiam submeter-se ao exercício da "ditadura da heroína".
Ora aqui está um tema interessante. Ou como diria alguém: "uma questão agradável, simpática e cultural."
ResponderEliminarOu como certo dia alguém reparou, o lugar descrito, a Cantareira (lugar nas margens do douro, antes da Foz), é sobretudo zona de pescadores e pequenos estaleiros, não de freaks a ouvir o Lou Reed.
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