Ele há coisas que são irónicas… Tendo-o feito de forma ribombante, já me esqueci quem terá sido o Historiador (*) de entre os nomes consagrados que emprestou o seu nome ao lançamento há uns anos de uma nova História de Portugal que prometia ser verdadeiramente inovadora: até defendia uma tese que adicionava mais uma dinastia às tradicionais quatro da historiografia tradicional portuguesa!...
Desvendado o segredo, afinal tudo se resumia à decomposição da Primeira Dinastia em duas, uma com os quatro primeiros reis e outra que começava com Afonso III (1248), no seguimento da Guerra Civil que afastara o irmão (Sancho II) do trono. A reacção maioritária a esta descoberta pode ser sintetizada numa expressão que a minha avó muito gostava de empregar especificamente para estas ocasiões: Olha, vai-te catar!
Esta promoção canhestra parece assemelhar-se, em erudito, à promoção popular promovida pela SIC à sua série A Vida Privada de Salazar. O Diário de Notícias de Domingo dava-lhe um destaque de primeira página central (acima) assim como à descoberta que Salazar caiu na banheira e não da cadeira, o que prometia um belo pretexto para uma cena com um velho em pelota a dar um estoiro numa daquelas banheiras esmaltadas…
Esta promoção canhestra parece assemelhar-se, em erudito, à promoção popular promovida pela SIC à sua série A Vida Privada de Salazar. O Diário de Notícias de Domingo dava-lhe um destaque de primeira página central (acima) assim como à descoberta que Salazar caiu na banheira e não da cadeira, o que prometia um belo pretexto para uma cena com um velho em pelota a dar um estoiro numa daquelas banheiras esmaltadas…
Quanto ao conteúdo da série, o mesmo jornal na sua edição de hoje, serve-se da opinião de Irene Pimentel para a arrasar. Subscrevo quase tudo o que lá está escrito, mas o que mais aborrece é a atitude hipócrita de quem está associado à produção de séries deste estilo, que mais não procuram que realçar a faceta escabrosa daquilo que se trata. O produto final não teria tido muito mais eficácia se o tivessem baptizado logo de Salazar, o Putanheiro?
(*) Creio, mas não posso jurar, que o autor em questão terá sido José Mattoso.
(*) Creio, mas não posso jurar, que o autor em questão terá sido José Mattoso.
"Balha-me Deus! É que não habia neseccidade!!!" Um palabrão destes num título de uma posta dum blogue tão destinto!
ResponderEliminarÉ caso p'ra dizer que a abózinha a esta hora está aos pinchos na tumba e a dizer, se calhar, algo mais do que "bai-te catar, meu filho!Atão isso diz-se? Foi essa a educação esmerada que lhe demos?"
A Avózinha em questão, que era simultaneamente uma admiradora do Salazar "que nos havia salvo da Guerra" e uma consumidora interessada deste tipo de folhetins, haveria neste caso de gastar o seu insulto último que guardava para quando um programa de televisão lhe desagradava particularmente.
ResponderEliminarComo algumas vezes lhe vi fazer, carregava na tecla que desligava o aparelho - estamos na época em que a opção era entre o canal um e o canal nenhum e ainda não se sonhava com telecomandos... – ao mesmo tempo que emitia um seco e chicoteante: – "Eh! Vai-te despir!..."
Claro que isto acontecia muito antes da Soraia Chaves ter nascido…
Esta deve ser uma das rara vezes que discordo do Aécio.
ResponderEliminarDeixem o pessoal reinar ao Salazar, os miúdos já nem sabem bem o que isso foi.
Se nos esquecermos de determinada força política a que se "associaram" os verdes tudo mudou a Ocidente.
Quanto à questão da Guerra há de reconhecer que ao contrário de muitos não fez uma pirueta de pró-eixo no início para entrar na Guerra contra a Alemanha tais como: a Turquia, França (?), Itália (!) e por aí.
Só espero que num ataque de reaccionarismo não proíbam o museu do António.
Creio que não é o ângulo de abordagem do tema que estará em causa, João Moutinho, mas sim a qualidade da abordagem.
ResponderEliminarJesus Cristo Superstar será uma ópera ou um filme musical feitos com elegância e com categoria sobre a vida de Jesus Cristo.
Esta Vida Privada de Salazar até poderia ser um filme em softcore porno sobre a vida de Salazar - mas não é...