Parenthood é uma daquelas comédias ligeiras da autoria do realizador Ron Howard que, volta e meia, passam na televisão. É um filme já com 20 anos. Lembrei-me dele e dos enormes cuidados atribuídos à educação das novas gerações (é o essencial do argumento) ontem, no seguimento de um anúncio televisivo (em horário nobre!) contra a diarreia. Não pelo produto em si (até já me esqueci do nome), que deve ser excelente, mas pela promoção que o acompanhava: Quando uma diarreia a impede de sair de casa…
Deixando de parte o pormenor daquele pronome indicar que o produto está destinado predominantemente a consumidoras, descobri espantado que uma diarreia pode impedir as pessoas de sair de casa. Quer dizer, eu sei que há doenças que, além de provocarem diarreias, debilitam as pessoas a ponto de as fazer ficar em casa; ou que, por outro lado, quando se está com diarreia convém ter uma casa de banho sempre por perto e que há actividades que não se recomendam: a ida à praia, por exemplo…
Agora o resto parece-me excessivo. A promoção ao tal produto prometia fazer um tal recondicionamento às tripas que a protagonista do anúncio aparecia no fim do mesmo com um ar feliz numa sala de cinema... E é significativo que as pessoas se alimentem melhor e que os anúncios deixem de ser sobre laxantes para serem sobre produtos contra a diarreia. Mas foi assim que eu me lembrei da tal obsessão com a educação e o bem-estar das gerações vindouras que se podia observar no tal filme, Parenthood.
É que, tendo sido filmado em 1989, entretanto os membros daquela geração já se tornaram a adultos, que, como neste caso da diarreia, se parecem caracterizar por uma indisponibilidade total para suportarem qualquer tipo de desconforto. Só isso parece ter explicado a atitude de uma filha dessa geração que também é minha vizinha e que, quando foi nomeada administradora na última reunião de condóminos do mês passado, anunciou perante a transferência e com toda gravidade: - Acabei de saber que estou grávida!...
Fez-se um silêncio prolongado em toda a assembleia… e depois demos-lhe todos os parabéns!... É mais do que óbvio que ela se queria baldar ao frete da administração, mas é ainda mais significativo ter-lhe ocorrido que uma desculpa destas pegaria. Ainda cheguei a pensar que ela estivesse a apelar ao cavalheirismo alheio mas não era nada isso. A lógica dela era que a gravidez é desconfortável e por isso é assim como uma espécie de doença que, aliás, a vai levar a mudar-se proximamente para casa dos pais…
Deixando de parte o pormenor daquele pronome indicar que o produto está destinado predominantemente a consumidoras, descobri espantado que uma diarreia pode impedir as pessoas de sair de casa. Quer dizer, eu sei que há doenças que, além de provocarem diarreias, debilitam as pessoas a ponto de as fazer ficar em casa; ou que, por outro lado, quando se está com diarreia convém ter uma casa de banho sempre por perto e que há actividades que não se recomendam: a ida à praia, por exemplo…
Agora o resto parece-me excessivo. A promoção ao tal produto prometia fazer um tal recondicionamento às tripas que a protagonista do anúncio aparecia no fim do mesmo com um ar feliz numa sala de cinema... E é significativo que as pessoas se alimentem melhor e que os anúncios deixem de ser sobre laxantes para serem sobre produtos contra a diarreia. Mas foi assim que eu me lembrei da tal obsessão com a educação e o bem-estar das gerações vindouras que se podia observar no tal filme, Parenthood.
É que, tendo sido filmado em 1989, entretanto os membros daquela geração já se tornaram a adultos, que, como neste caso da diarreia, se parecem caracterizar por uma indisponibilidade total para suportarem qualquer tipo de desconforto. Só isso parece ter explicado a atitude de uma filha dessa geração que também é minha vizinha e que, quando foi nomeada administradora na última reunião de condóminos do mês passado, anunciou perante a transferência e com toda gravidade: - Acabei de saber que estou grávida!...
Fez-se um silêncio prolongado em toda a assembleia… e depois demos-lhe todos os parabéns!... É mais do que óbvio que ela se queria baldar ao frete da administração, mas é ainda mais significativo ter-lhe ocorrido que uma desculpa destas pegaria. Ainda cheguei a pensar que ela estivesse a apelar ao cavalheirismo alheio mas não era nada isso. A lógica dela era que a gravidez é desconfortável e por isso é assim como uma espécie de doença que, aliás, a vai levar a mudar-se proximamente para casa dos pais…
Se viste Radio Days do Woody Allen, deves-te lembrar do famoso jingle radiofónico ao laxante Relax. A Mia Farrow fazia das tripas coração para dar algum encanto ao produto enquanto cantava algo tipo: get easyer with relax...
ResponderEliminarTens toda a razão, mas lá está: o produto a promover era um laxante...
ResponderEliminarAinda me lembro de, recentemente, ouvir publicidade radiofónica a um Pursennid, se bem me recordo do nome. Para gerações aforradoras.
Estas gerações modernas são muito mais incontinentes - será que esta crise lhes vai fazer mudar de atitude?
Realmente!
ResponderEliminar:)))