Tratar-se-á de uma notícia importante mas não interessante, de primeira página, segundo os critérios que hoje se pensa que interessam ao grande público: dois submarinos nucleares, um francês e outro britânico, colidiram em pleno Oceano Atlântico quando se encontravam ambos submersos na sua missão tradicional, a postos para uma eventualidade… É que os dois submarinos (trata-se de dois colossos para o tipo de navio, com um deslocamento de cerca de 15.000 toneladas quando se encontram submersos), carregavam com eles, cada um, 16 mísseis balísticos, com cada míssil equipado com múltiplas ogivas nucleares…
A sua missão, herdada dos tempos da Guerra-Fria, é a de circularem desapercebidos pelo Oceano, conferindo aos respectivos países uma capacidade última de retaliação em caso de um ataque nuclear de surpresa por parte de um inimigo – no caso daqueles dois países, previsivelmente a Rússia ou a China nos tempos que correm. Aparentemente, o que este incidente veio revelar (do pouco que as autoridades dos dois países deixaram…) é que, considerando a enorme extensão do Oceano, tanto franceses quanto britânicos utilizam áreas de circulação semelhantes para os seus submarinos quando nessas missões secretas…
O embate, que já se registou há duas semanas, não pode ter sido muito violento: os dois navios regressaram às respectivas bases pelos próprios meios ou com uma assistência mínima, mas não há fotografias de qualquer deles depois do acidente para que se possa fazer uma análise independente dos danos. A notícia, discreta, comprova que, apesar do fim da Guerra-Fria, os dispositivos de dissuasão nuclear continuam a funcionar. E deduz-se que, se algum dos submarinos se tivesse afundado, a história se arriscava a tornar muito mais interessante, com o proprietário a querer recuperar a todo o custo o material secreto do fundo do mar…
A sua missão, herdada dos tempos da Guerra-Fria, é a de circularem desapercebidos pelo Oceano, conferindo aos respectivos países uma capacidade última de retaliação em caso de um ataque nuclear de surpresa por parte de um inimigo – no caso daqueles dois países, previsivelmente a Rússia ou a China nos tempos que correm. Aparentemente, o que este incidente veio revelar (do pouco que as autoridades dos dois países deixaram…) é que, considerando a enorme extensão do Oceano, tanto franceses quanto britânicos utilizam áreas de circulação semelhantes para os seus submarinos quando nessas missões secretas…
O embate, que já se registou há duas semanas, não pode ter sido muito violento: os dois navios regressaram às respectivas bases pelos próprios meios ou com uma assistência mínima, mas não há fotografias de qualquer deles depois do acidente para que se possa fazer uma análise independente dos danos. A notícia, discreta, comprova que, apesar do fim da Guerra-Fria, os dispositivos de dissuasão nuclear continuam a funcionar. E deduz-se que, se algum dos submarinos se tivesse afundado, a história se arriscava a tornar muito mais interessante, com o proprietário a querer recuperar a todo o custo o material secreto do fundo do mar…
Marinhas armadas...em parvas!
ResponderEliminarParece que a frequência semelhante dos sonares levou à inoperância dos mesmos.
Adorei a explicação francesa:
"Colisão com um objecto imerso, provavelmente um contentor".
Passe a pobreza do trocadilho, os franceses bem podiam ter trocado a hipótese do contentor pela de uma (enorme) lata de "canned beef"...
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