Embora tenha dificuldade em atribuir uma nota global à actuação do governo depois de praticamente um ano de governação, não a tenho em atribuir-lhe uma nota elevada para o premiar pela forma como se apropriou dos canais de conexão com toda a comunicação social. Mas ainda a pode melhorar.
Para o fracasso da oposição, não são apenas de responsabilizar as inanidades que Marques Mendes tem vindo a produzir; estou certo que o ritmo e a intensidade dos tambores governamentais abafariam a sua mensagem, fosse qual fosse o conteúdo.
Ainda ontem, um artigo de Miguel Frasquilho no Público (p. 9), deixa o Governador Vítor Constâncio numa posição um pouco desconfortável quanto à sua isenção em todo o tratamento do assunto do défice. Mas isso agora não interessa nada! - como diria a Teresa Guilherme.
Os tais tambores rufaram mais uma vez esta manhã, quando anunciaram que a Portucel, do empresário Pedro Queirós Pereira (um empresário especializado em cimento – Secil - que passou a empresário especializado em celulose e papel - Portucel*), iria investir uns 900 milhões de euros, dos quais 175 seriam de apoios governamentais. Quando, como, onde, foram, mais uma vez e na notícia da TSF, assuntos para a Teresa Guilherme esclarecer.
Em paralelo, materializando-se do espaço em homenagem ao sistema de transporte da famosa Starship Enterprise, apareceu subitamente o debate sobre o nuclear. Pelos vistos há um empresário que quer investir numa central nuclear em Portugal (Patrick Monteiro de Barros), há um banco interessado em emprestar-lhe dinheiro para ele construir a tal central nuclear (BES), há um governo interessado em que se fale muito do assunto (o nosso) e há uma porção de opinion makers que, subitamente, estão a ser solicitados a ter opinião sobre o nuclear.
Para os mais desatentos, devo esclarecer que as novas tendências da moda para a Primavera 2006 apontam, como se viu na Quadratura do Círculo da SIC Notícias de ontem, para cinturas vincadas, cores claras e para que não se mostrem muitas convicções, antes se apele para um maior esclarecimento sobre a questão nuclear. Ao fazê-lo, contudo, é tolerável deixar perceber em que sentido da decisão é que se pretende o esclarecimento...
Se a premonição conta para alguma coisa em relação à forma como esta história do nuclear vai acabar, parece-me já estar a antever o Francisco Ferreira da Quercus a falar das bichezas do costume, agora com o perigo de ficarem radioactivas, e a Teresa Guilherme a cortar-lhe a palavra com a destreza do costume: Isso agora não interessa nada!
Digam lá se ela não faria uma ministra muito melhor do que o Silva Pereira?!
* Se não percebeu a associação, note que se trata de um empresário especializado não de um generalizado. Mas se a sua pergunta tem a ver com a relação entre o cimento e o papel, então a minha resposta é: nada. Mas é melhor pô-la à Teresa Guilherme que ela explica muito melhor que eu...
Para o fracasso da oposição, não são apenas de responsabilizar as inanidades que Marques Mendes tem vindo a produzir; estou certo que o ritmo e a intensidade dos tambores governamentais abafariam a sua mensagem, fosse qual fosse o conteúdo.
Ainda ontem, um artigo de Miguel Frasquilho no Público (p. 9), deixa o Governador Vítor Constâncio numa posição um pouco desconfortável quanto à sua isenção em todo o tratamento do assunto do défice. Mas isso agora não interessa nada! - como diria a Teresa Guilherme.
Os tais tambores rufaram mais uma vez esta manhã, quando anunciaram que a Portucel, do empresário Pedro Queirós Pereira (um empresário especializado em cimento – Secil - que passou a empresário especializado em celulose e papel - Portucel*), iria investir uns 900 milhões de euros, dos quais 175 seriam de apoios governamentais. Quando, como, onde, foram, mais uma vez e na notícia da TSF, assuntos para a Teresa Guilherme esclarecer.
Em paralelo, materializando-se do espaço em homenagem ao sistema de transporte da famosa Starship Enterprise, apareceu subitamente o debate sobre o nuclear. Pelos vistos há um empresário que quer investir numa central nuclear em Portugal (Patrick Monteiro de Barros), há um banco interessado em emprestar-lhe dinheiro para ele construir a tal central nuclear (BES), há um governo interessado em que se fale muito do assunto (o nosso) e há uma porção de opinion makers que, subitamente, estão a ser solicitados a ter opinião sobre o nuclear.
Para os mais desatentos, devo esclarecer que as novas tendências da moda para a Primavera 2006 apontam, como se viu na Quadratura do Círculo da SIC Notícias de ontem, para cinturas vincadas, cores claras e para que não se mostrem muitas convicções, antes se apele para um maior esclarecimento sobre a questão nuclear. Ao fazê-lo, contudo, é tolerável deixar perceber em que sentido da decisão é que se pretende o esclarecimento...
Se a premonição conta para alguma coisa em relação à forma como esta história do nuclear vai acabar, parece-me já estar a antever o Francisco Ferreira da Quercus a falar das bichezas do costume, agora com o perigo de ficarem radioactivas, e a Teresa Guilherme a cortar-lhe a palavra com a destreza do costume: Isso agora não interessa nada!
Digam lá se ela não faria uma ministra muito melhor do que o Silva Pereira?!
* Se não percebeu a associação, note que se trata de um empresário especializado não de um generalizado. Mas se a sua pergunta tem a ver com a relação entre o cimento e o papel, então a minha resposta é: nada. Mas é melhor pô-la à Teresa Guilherme que ela explica muito melhor que eu...