
Um desses casos que mais aprecio, é o de uma situação em que Holmes chama a atenção para o estranho comportamento do cão perante a surpresa de Watson, dado o cão nem ter reagido, e quando este lhe chama a atenção para esse facto, Holmes confirma-o: é que o cão devia ter reagido e o estranho foi não o ter feito.
No caso do caso Eurominas, que não vai chegar a ser caso nenhum porque o PS, prestimosamente, deu por findas as investigações da comissão parlamentar de inquérito, também se esperaria que o cão ladrasse e produzisse um documento esclarecedor de uma situação inequivocamente confusa de onde a única certeza que parece se poder extrair é que o Estado foi lesado em benefício da referida empresa Eurominas.
Mas, nas estratégias comunicacionais dos tempos que correm, cada vez estamos mais habituados à figura dos silêncios ensurdecedores. Este é um deles. Da parte de alguém, como eu, que não tinha nenhuma opinião formada sobre o assunto mas procurou fazê-lo, ficou um novelo e um nevoeiro de suspeitas a pairar sobre figuras gradas do PS nele envolvidas: António Vitorino, José Lamego e Narciso Miranda.
Em que deve haver culpas sérias, porque não se adivinha outra razão para o cão não ter ladrado…