O Herdeiro de Aécio já é do tempo em que a figura do general David Petraeus era uma esperança de resolução dos problemas conjuntos do Iraque e do Afeganistão em que os Estados Unidos haviam imergido no final do segundo mandato da administração W. Bush em finais de 2007. O general estava prometido para mais altos voos, veio a assumir mesmo a direcção da CIA em Setembro de 2011, até cair a pique, como Ícaro, neste mesmo dia 9 de Novembro de 2012 em que apresentou a demissão ao recém reeleito presidente Barack Obama, por causa de um caso... de saias. No caso, tornou-se público que David Petraeus, de 60 anos, mantinha uma relação extra-conjugal com a tenente-coronel Paula Broadwell, de 40, que acessoriamente estava a escrever a sua biografia. Pululavam os comentários sobre a dimensão a que a biógrafa se propusera estudar o biografado. Mas, por detrás do humor que procuraria aligeirar o caso, o verdadeiro escândalo Petraeus era outro e esse só se veio a perceber em toda a sua verdadeira dimensão dali por dois anos e meio, quando as televisões e jornais já se haviam esquecido do assunto. E o público também. Em Abril de 2015 o general David Petraeus era condenado a dois anos de pena suspensa e ao pagamento de uma multa de 100 mil dólares, dando-se como culpado de acusações de uso inapropriado de material classificado. Aparentemente, o que havia de incorrecto na relação extra-conjugal é que a namorada de Petraeus tivera acesso, por seu intermédio, a muito material classificado (secreto), ao qual não tinha direito. Portanto, há precisamente dez anos, a carreira política desfazia-se em fumo, por causa do uso e abuso de material classificado. Considerada a gravidade do caso, o FBI desejava uma sentença mais severa, que Petraeus cumprisse pena efectiva. Agora mudemos de assunto: e Donald Trump? Como é que estamos no caso dele de uso e abuso de material classificado?
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