Fotografia de uma aula de educação sobre raças na Alemanha de 1943. A moça estará a aprender a distinguir entre a raça báltica oriental (ostbaltische rasse - estónios, letões e lituanos), a raça oriental (ostische rasse - polacos, russos e ucranianos) e a raça dinárica (dinarische rasse - eslovenos, croatas e sérvios). O método de aprendizagem aparenta ser o do reconhecimento dos espécimes. Nota-se que existem outros quadros mais para a direita com outras raças. Nos dias que correm a fotografia é um embaraço. Depois do fim da guerra procurou-se enterrar o assunto, atribuindo ao nazismo este zelo pelas questões raciais na Alemanha.
Ora os nazis ter-se-ão limitado a encorajar aquilo que há muitos anos já se tornara uma tradição académica alemã como tópico de investigação: as raças. Este mapa etnográfico (ethnographische karte) até poderia não ser muito distinto de muitos outros que foram publicados noutros idiomas por esses mesmos anos iniciais do século XX, mas vale pela simbologia da vanguarda que as ciências alemãs consideravam possuir em todo aquele vasto campo que é muito mais do que etnográfico. Quem, senão um deles (por sinal, austríaco) para estabelecer uma escala cromática para a classificação das cores de pele, a escala de Von Luschan?
Quer dizer: os brasileiros ou os norte-americanos é que poderiam possuir, nos seus países, concidadãos com cores de pele que chegassem para preencher as 36 opções(!) da escala, mas foi preciso aparecer um senhor do meio da Europa (mitteleuropa) para se preocupar com a sistematização do tema nos finais do século XIX! É, pelo menos, esquisito...
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