07 agosto 2017

KELLY ou KELLYANNE?

Depois dos seus momentos de fama, quando fotografada ajoelhada em cima de um sofá na sala oval da Casa Branca, houve quem pensasse que Kellyanne Conway havia sido descartada e tivesse passado para um discreto estatuto de reserva que poupasse a própria e a administração de que faz parte a um embaraçoso processo de demissão, de que a Casa Branca tem, aliás, andado bem servida. Mas não, enganámo-nos. Kellyanne continua activa, e porque a season se parece adequar a pessoas com o seu perfil, as notícias e comentários protagonizados por si, mesmo depois (ou até mesmo por causa) das transformações prometidas para breve no funcionamento da equipa que acompanha de perto o presidente Trump, parecem readquirir importância ou, pelo menos, a atenção mediática. O estilo, que a tornou popular por se enquadrar no estereotipo da dumb blonde, é que não parece ter evoluído: desde uma espécie de proposta de submeter o pessoal da Casa Branca a detectores de mentiras para se descobrir a origem das fugas de informação, até momentos surrealistas no meio das entrevistas, quando procura evadir as questões mais delicadas respondendo a alhos com bugalhos (como acontece no vídeo abaixo), a coisa sustenta-se com a selecção da sua pessoa para nos assegurar que Trump pretende reapresentar-se em 2020. Em síntese, as promessas inclusas na recente promoção do general Kelly e a descontração manifestada por Kellyanne parecem-me ser sinais, no mínimo, contraditórios - como quase tudo o que emana da Administração Trump.

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