17 de Agosto de 1987. Rudolf Hess suicidava-se na prisão de Spandau em Berlim onde cumpria pena de prisão perpétua. Tinha 93 anos. Era o último dos condenados dos julgamentos de Nuremberga que ali cumpria a sua pena e não propriamente dos mais argutos daquele grupo. Desde 1966, com a libertação de Albert Speer e Baldur von Schirach, que a prisão funcionava exclusivamente por sua causa. Outros condenados a prisão perpétua haviam sido soltos por razões de saúde, casos de Erich Raeder e Walther Funk. Ao longo dos últimos anos da detenção haviam-se conjugado razões humanitárias e económicas propondo a libertação do último grande dirigente nazi. Sem efeito - a culpa era atribuída aos russos. E, aquela percepção de que o transcorrer do tempo, só por si, é um precioso auxiliar da História, soltando os detalhes que, na época dos acontecimentos, haviam permanecido obscuros por interesse de uma das partes, neste caso de Rudolf Hess é coisa que não parece aplicar-se. À data do seu suicídio, 46 anos depois dos acontecimentos e 42 anos depois do fim da Segunda Guerra Mundial, permaneciam (quase) as mesmas dúvidas iniciais sobre as razões que haviam levado Rudolf Hess a pilotar pessoalmente e com grandes riscos pessoais um avião para se dirigir a um país inimigo (Reino Unido), para aí promover conversações de paz para as quais ninguém o havia mandatado. 30 anos depois da sua morte, melhores propostas para explicar o que aconteceu não apareceram, nem há perspectivas de que venham a aparecer. Também a sua morte é outra controvérsia. Há opiniões que defendem que ele não se suicidou. Mas então, por que se esperou tanto tempo para o suicidar? (Tanto mais que Hess já fizera uma tentativa em 1977?)
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