Estes fenómenos vêm de além Atlântico e instalam-se com um descaramento e uma condescendência da comunicação social, são de tal forma abrasivos, que isso só excita o nosso antagonismo. Afinal, sempre há a distinção entre tolerar, divulgar, promover e o exemplo disparatado acima, na pagina de hoje do Observador. De parecido, pode já ter sido o Halloween, como ontem foi o Super Bowl e, dentro de mais uns dias, será o Dia de São Valentim. São tradições que se querem plantar como se se tratasse de uma árvore de tronco grossíssimo num delicado jardim. Adoptá-las não é útil, não é confortável, não é divertido. Mas hoje já ouvi quem se gabasse de ontem se ter deitado às quatro da manhã por ter estado a ver o Super Bowl - se calhar, deve ser isso que provoca a inveja dos vizinhos...
Por acaso vi, como vejo todos os anos. Vi porque conheço minimamente as regras para poder acompanhar com interesse. Confesso que as últimas edições foram enfadonhas e, ontem, parecia que íamos pelo mesmo caminho. No princípio da 4ª e última parte, uma das equipas perdia por 28-3 e achei que estava tudo arrumado. Mas recuperou e conseguiu empatar o jogo. Arrumou o assunto no prolongamento (por morte súbita) em menos de 10 minutos. Só não vejo mais jogos porque não tenho SportTV. Mas acompanho sempre na BBC 1 que consigo ver de graça no iPad. (Podes ver também, se quiseres, todos os canais ingleses numa coisa chamada Filmon). Quanto à Lady Gaga, não vi. Aliás, no seguimento do que dizes, divirto-me todos os anos com as pessoas que dizem ver o Superbowl mas que depois só retêm o espectáculo do intervalo e os anúncios.De resto, do jogo, nada...
ResponderEliminarAgradeço-te o comentário. E aproveito-o para fazer a distinção entre o "fenómeno chique" que parodio no texto e os "maduros" pelo evento, como tu próprio te identificas. Sendo eu próprio um "maduro" de tantas outras coisas (nem de propósito, neste mesmo fim de semana começou o Torneio das Seis Nações em rugby...), seria uma contradição enorme não respeitar as "madurezas" dos outros.
ResponderEliminarAgora, há que concordar que o enquadramento chique que acompanha tudo isto, porque nos é alheio, é completamente ridículo. O pretexto para o justificar é que há centenas de milhões de americanos a vibrar com aquilo, mas, pelos mesmos critérios editoriais, eu não recordo o Observador a celebrar com 6-artigos-6 a recentíssima entrada no Ano do Galo que foi celebrada por muitas mais centenas de milhões de chineses...