O assassinato do irmão do líder norte-coreano é mais do que uma notícia, é um daqueles verdadeiros retrocessos civilizacionais até aos séculos de barbárie em que o fratricídio como manobra política era prática corrente. Tratou-se de um reforço da imagem internacional da Coreia do Norte como um rogue state. Acima vêem-se as estátuas dos três filhos do imperador romano Constantino que dividiram o império entre si após a morte do pai em 337 d.C.: Constantino (II), Constâncio (II) e Constante. Começaram os três por eliminar os primos para depois se matarem entre si: Constante eliminou Constantino II em 340 para vir a ser eliminado por Constâncio II dez anos depois. Ao contrário destes casos e vivendo no exílio, o defunto Kim Jong-Nam parecia não constituir uma ameaça muito séria para o meio-irmão mais novo Kim Jong-Un que ocupa o poder em Pyongyang. Mas aqui aplicar-se-á provavelmente a jurisprudência do marxismo-leninismo, estabelecida desde o precedente de 1940, quando Estaline mandou assassinar Trotsky na cidade do México. (...) é uma evidência que as concepções de socialismo e de democracia que (Bernardino Soares) defende(mos) estão nos antípodas das deste (daquele) país (...) É sempre bom deixar isso esclarecido, para que não nos baralhemos com o que se escreve lá pelas páginas do Avante!.
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