Ainda a propósito de um acontecimento de há uns dias atrás a que aqui me referi no fim-de- semana passado e que foi noticiado nalguns sítios com toda a incompetência imaginativa de descrever um submarino inglês a dedicar-se a uma abordagem – ainda que involuntária – de terras escocesas, lembrei-me de um outro incidente semelhante, mas muito mais sério, quando há 29 anos e também por esta época, um submarino soviético apareceu subitamente encalhado nas costas suecas, a cerca de dois quilómetros apenas da mais importante base naval daquele país…
Sendo a Suécia totalmente banhada pelo Mar Báltico, convém relembrar como era a situação estratégica naquela região marítima em 1981, em plena Guerra-Fria. Dos oito países ribeirinhos, havia três que pertenciam à NATO (Noruega, Alemanha Ocidental e Dinamarca), outros três pertenciam ao Pacto de Varsóvia (Alemanha de Leste, Polónia e União Soviética) e mais dois assumiam-se como neutrais (Finlândia e Suécia). Ora um submarino de uma das facções a ser apanhado em flagrante a espiar um dos neutros não projectaria decerto uma imagem simpática dessa facção…
Mas, por outro lado, o episódio também não enaltecia a eficácia militar dos suecos, porque o submarino estivera encalhado durante 18 horas a tentar sair da situação pelos próprios meios antes de alguns pescadores civis – apesar da proximidade da base… – terem dado por ele. Mas o aspecto ridículo e cómico da situação desapareceu subitamente quando uma frota de navios da Marinha Soviética acompanhando rebocadores se apresentou ao largo das águas territoriais da Suécia, mostrando a intenção de resgatar, eventualmente pela força, a unidade acidentada e a sua tripulação.
Sendo a Suécia totalmente banhada pelo Mar Báltico, convém relembrar como era a situação estratégica naquela região marítima em 1981, em plena Guerra-Fria. Dos oito países ribeirinhos, havia três que pertenciam à NATO (Noruega, Alemanha Ocidental e Dinamarca), outros três pertenciam ao Pacto de Varsóvia (Alemanha de Leste, Polónia e União Soviética) e mais dois assumiam-se como neutrais (Finlândia e Suécia). Ora um submarino de uma das facções a ser apanhado em flagrante a espiar um dos neutros não projectaria decerto uma imagem simpática dessa facção…
Mas, por outro lado, o episódio também não enaltecia a eficácia militar dos suecos, porque o submarino estivera encalhado durante 18 horas a tentar sair da situação pelos próprios meios antes de alguns pescadores civis – apesar da proximidade da base… – terem dado por ele. Mas o aspecto ridículo e cómico da situação desapareceu subitamente quando uma frota de navios da Marinha Soviética acompanhando rebocadores se apresentou ao largo das águas territoriais da Suécia, mostrando a intenção de resgatar, eventualmente pela força, a unidade acidentada e a sua tripulação.
A intenção demonstrada pelos suecos de ripostar proporcionadamente a essa demonstração de força fez os soviéticos recuar perante um conflito militar que a sua diplomacia sabia que se tornaria num desastre de relações públicas à escala Mundial. Seguiu-se depois uma fase de intensas negociações entre as partes. Eliminadas as possibilidades de conseguir resgatar o submarino de surpresa ou à força, as vantagens estariam agora todas do lado sueco: era a parte ofendida e o passar do tempo corria a seu favor. Um dispositivo de segurança foi montado à volta do local do incidente…
Pertencendo o submarino a uma classe que na NATO fora baptizada com o código de Whiskey (baseada na letra W do seu alfabeto fonético), o episódio acabou por ganhar na rede noticiosa mundial a alcunha de Whiskey on the Rocks por trocadilho com a popular bebida de whisky simples com gelo. Depois da situação se arrastar por dez dias, a Suécia acabou por autorizar que o submarino fosse desencalhado do local onde ficara para depois ser rebocado para alto mar sob sua supervisão. A data era 7 de Novembro de 1981 e os soviéticos festejavam o 64º aniversário da sua Revolução...
Sem comentários:
Enviar um comentário