Há coisa de dois meses (a 11 de Novembro, para ser preciso), referi aqui as minhas dúvidas sobre as intenções da proposta em que o BCP se propunha vender o seu fundo de pensões ao Estado por 4 mil milhões de euros, passando os seus trabalhadores para o regime geral da segurança social.
Aquelas dúvidas surgiram, não por algum estudo técnico que tenha efectuado, antes pela intuição de, desconhecendo o enredo da peça, conhecer a personalidade do artista. Pelos vistos, o Tribunal de Contas veio agora publicitar que fez as contas por mim, ao avaliar economicamente o impacto de operações semelhantes feitas pelos governos de Durão Barroso e de Santana Lopes.
Sempre esteve latente na nossa sociedade que havia uma espécie de necessidade que o ministro das finanças de qualquer governo se contasse entre os mais técnicos e menos políticos do elenco. Era como que uma chancela de confiança – não nos contaria as aldrabices costumeiras de político. Essas expectativas talvez ainda sejam uma herança perversa do tempo de Salazar…
O que este estudo do Tribunal de Contas nos vem demonstrar é que já não há desses anjos: as decisões de Manuela Ferreira Leite e de Bagão Félix foram de índole política pura e dura e tomadas numa óptica de curtíssimo prazo, para desenrascar. Acessoriamente, parecem ter realizado um péssimo negócio para o Estado, cujos interesses na altura os dois representavam…
Só é estranho ter de se demorar dois anos para se atingirem estas conclusões. É que cada vez se estranha mais as notícias que se comentam e, sobretudo, quando se comentam. E, em rigor, as medidas até podem ser defensáveis. Será que a saída destas notícias, a propósito dos seus antecessores e nesta altura, servirá para amenizar as outras notícias (talvez não muito favoráveis...), sobre a execução orçamental de 2005, já da responsabilidade do actual ministro, Teixeira dos Santos?
É que os tais anjos parecem ter já ido todos pró Céu…
Aquelas dúvidas surgiram, não por algum estudo técnico que tenha efectuado, antes pela intuição de, desconhecendo o enredo da peça, conhecer a personalidade do artista. Pelos vistos, o Tribunal de Contas veio agora publicitar que fez as contas por mim, ao avaliar economicamente o impacto de operações semelhantes feitas pelos governos de Durão Barroso e de Santana Lopes.
Sempre esteve latente na nossa sociedade que havia uma espécie de necessidade que o ministro das finanças de qualquer governo se contasse entre os mais técnicos e menos políticos do elenco. Era como que uma chancela de confiança – não nos contaria as aldrabices costumeiras de político. Essas expectativas talvez ainda sejam uma herança perversa do tempo de Salazar…
O que este estudo do Tribunal de Contas nos vem demonstrar é que já não há desses anjos: as decisões de Manuela Ferreira Leite e de Bagão Félix foram de índole política pura e dura e tomadas numa óptica de curtíssimo prazo, para desenrascar. Acessoriamente, parecem ter realizado um péssimo negócio para o Estado, cujos interesses na altura os dois representavam…
Só é estranho ter de se demorar dois anos para se atingirem estas conclusões. É que cada vez se estranha mais as notícias que se comentam e, sobretudo, quando se comentam. E, em rigor, as medidas até podem ser defensáveis. Será que a saída destas notícias, a propósito dos seus antecessores e nesta altura, servirá para amenizar as outras notícias (talvez não muito favoráveis...), sobre a execução orçamental de 2005, já da responsabilidade do actual ministro, Teixeira dos Santos?
É que os tais anjos parecem ter já ido todos pró Céu…
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