25 janeiro 2006

THE DEER HUNTER


Ás vezes, nada nos parece tão difícil como verbalizar aquilo que nos parece óbvio perante alguém que ainda continua a argumentar, sem percebermos qual a proporção de burrice, qual a de má-fé.

O filme O Caçador (The Deer Hunter – 1978) tem uma cena onde se pode assistir a uma das melhores respostas a uma situação dessas. O personagem de Robert de Niro, introvertido mas exasperado, agarra num cartucho e diz para um dos seus amigos:
- Stanley, see this? This is this. This ain't something else. This is this... (Stanley, estás a ver isto? Isto é o que é. Não é outra coisa. É o que é...)

A simplicidade das coisas serem apenas aquilo que são, são uma virtude diante da profusão de textos explicativos e justificativos dos resultados eleitorais das eleições presidenciais de Domingo passado. Era de esperar que as houvesse dos analistas profissionais, a surpresa vem das análises daqueles que foram actores destacados e apoiantes engajados em todo o processo eleitoral.

Para extrair da análise dos resultados, há um grande vencedor, há os que ganharam alguma coisa, que normalmente se têm pautado pela discrição pós-eleitoral, e os outros, que têm produzido prosa vária e extensa, cujo teor do disparate tem variado numa razão directa com a extensão da prosa (Francisco Louçã, Joana Amaral Dias, Vital Moreira, Medeiros Ferreira, etc...). Ressalva feita à discrição de Mário Soares que mostra, mais uma vez, porque é que ele é que é o rei na sua corte.

Cavaco venceu uma eleição de onde, pelas características da eleição, só pode haver um vencedor. O vencedor foi ele. - Stanleys: this is this

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