Esta é uma foto que se pretende emblemática do 25 de Abril. Só que na altura da sua divulgação ou, pelo menos, quando me apercebi dela, já os ânimos andavam demasiado exaltados para que se prestasse atenção à encenada inocência do seu conteúdo.
As eleições para a Assembleia Constituinte de 25 de Abril de 1975, as primeiras realizadas em Portugal em liberdade, deram como resultado evidente que o famoso Processo Revolucionário Em Curso (PREC), onde abundavam as vanguardas – dos operários, dos camponeses, dos trabalhadores, dos intelectuais, dos soldados e marinheiros – estava carenciado das retaguardas que o legitimasse.
São as chatices de dar a voz ao povo: umas vezes sai cara, mas outras sai a coroa de que não se está à espera. Isto vem a propósito das recentes eleições legislativas na Palestina e dos problemas decorrentes da clara vitória do Hamas nessas eleições.
Aqueles resultados eleitorais têm a virtude de pôr em evidência o que efectivamente pensam as populações daquela região (a opinião dos israelitas já se vai sabendo de há muito) independentemente das conveniências dos actores exteriores como os Estados Unidos ou a União Europeia.
Ontem foi curioso ver Bush mortificado pela vitória do Hamas (também há quem tenha ficado mortificado pela vitória de Bush e se resigne…) parecendo atacado de uma amnésia súbita sobre o seu destino manifesto de paladino da democracia entre os povos árabes.
Além da vantagem de conferir o poder da Autoridade Palestiniana a uma visão maioritária entre a opinião pública palestiniana existe a outra de retirar ao Hamas a aura mítica, ao pô-lo no centro da arena política com os poderes de decisão na mão.
Apontando alguns exemplos mais absurdos que podem eles fazer? Dar aos extremistas israelitas o prazer de invadir Israel de kalashnikov em punho? Ou fazer explodir uma nova “rodada” de mártires? Para quê?
Sob imensos aspectos, os problemas de toda aquela região, têm sido tratados varrendo alguns detalhes para debaixo do tapete (como a corrupção existente nos dois lados) em benefício de acordos coroados por cerimónias pomposas e mediáticas cuja execução posterior é sempre problemática.
Uma coisa é certa. A composição da Assembleia legislativa agora eleita é capaz de reflectir muito mais genuinamente o mal-estar dos palestinianos do que os abraços e beijos de uma qualquer cerimónia nos Estados Unidos.
A verdade é, às vezes, um bom ingrediente para o começo da solução de um problema. Foi chato e demorou tempo mas não funcionou connosco?
As eleições para a Assembleia Constituinte de 25 de Abril de 1975, as primeiras realizadas em Portugal em liberdade, deram como resultado evidente que o famoso Processo Revolucionário Em Curso (PREC), onde abundavam as vanguardas – dos operários, dos camponeses, dos trabalhadores, dos intelectuais, dos soldados e marinheiros – estava carenciado das retaguardas que o legitimasse.
São as chatices de dar a voz ao povo: umas vezes sai cara, mas outras sai a coroa de que não se está à espera. Isto vem a propósito das recentes eleições legislativas na Palestina e dos problemas decorrentes da clara vitória do Hamas nessas eleições.
Aqueles resultados eleitorais têm a virtude de pôr em evidência o que efectivamente pensam as populações daquela região (a opinião dos israelitas já se vai sabendo de há muito) independentemente das conveniências dos actores exteriores como os Estados Unidos ou a União Europeia.
Ontem foi curioso ver Bush mortificado pela vitória do Hamas (também há quem tenha ficado mortificado pela vitória de Bush e se resigne…) parecendo atacado de uma amnésia súbita sobre o seu destino manifesto de paladino da democracia entre os povos árabes.
Além da vantagem de conferir o poder da Autoridade Palestiniana a uma visão maioritária entre a opinião pública palestiniana existe a outra de retirar ao Hamas a aura mítica, ao pô-lo no centro da arena política com os poderes de decisão na mão.
Apontando alguns exemplos mais absurdos que podem eles fazer? Dar aos extremistas israelitas o prazer de invadir Israel de kalashnikov em punho? Ou fazer explodir uma nova “rodada” de mártires? Para quê?
Sob imensos aspectos, os problemas de toda aquela região, têm sido tratados varrendo alguns detalhes para debaixo do tapete (como a corrupção existente nos dois lados) em benefício de acordos coroados por cerimónias pomposas e mediáticas cuja execução posterior é sempre problemática.
Uma coisa é certa. A composição da Assembleia legislativa agora eleita é capaz de reflectir muito mais genuinamente o mal-estar dos palestinianos do que os abraços e beijos de uma qualquer cerimónia nos Estados Unidos.
A verdade é, às vezes, um bom ingrediente para o começo da solução de um problema. Foi chato e demorou tempo mas não funcionou connosco?
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