Há setenta anos, o repórter do Diário de Lisboa encarregado de cobrir o que acontecia no Torel (a forma coloquial como era designada a sede da polícia judiciária de então), trouxe de lá esta história do sr. Rui Alves Nunes, que ali aparecera a queixar-se de que «gatunos lhe haviam furtado do bolso do casaco um cheque por preencher, apenas com a sua assinatura, o qual foi aproveitado para o levantamento de esc. 3.000$00», levantamento esse que fora «efectuado no passado dia 30, na Caixa Geral de Depósitos». A história apresenta-se assaz duvidosa: os gatunos roubaram um e só um cheque? O sr. Rui Alves Nunes era tão descuidado que se passeava assim com cheques pré-assinados em branco nos bolsos do casaco? E não dera anteriormente pelo desaparecimento do cheque do bolso do casaco? Fora preciso terem-se passado mais de duas semanas sobre o levantamento para ele vir apresentar queixa? Como se perceberá, afinal esta "pequena notícia" tinha afinal um imenso potencial... humano. A questão é que ninguém estaria interessado em saber das desditas do sr. Rui Alves Nunes, e do seu expediente clássico para reverter uma transacção que não correra a seu contento.
Sem comentários:
Enviar um comentário