4 de Janeiro de 1964. O então papa Paulo VI realiza a primeira visita de um papa ao estrangeiro. Desde há muito que os papas se ficavam por Roma. Quanto saíam de lá era mau sinal: por exemplo, quando Napoleão obrigara Pio VII a ir a Paris para estar presente na sua coroação em 1804. Contudo, esta saída de Paulo VI, porque fora livremente empreendida, revestia-se de todo um outro significado, a começar pelo destino: a cidade de Jerusalém e a Palestina (designação que era substituída nos noticiários por Terra Santa). Mesmo durante os tempos medievais do apogeu do poder do papado, nunca um papa lá estivera. Recorde-se que, à época (1964), Jerusalém era uma cidade dividida entre israelitas e jordanos e estes últimos administravam a Cisjordânia, incluindo a cidade de Belém. E a visita papal processou-se a partir da Jordânia (onde aterrara o avião que o transportara, como se lê acima), com o rei Hussein (um muçulmano) como anfitrião. Nessa altura o Vaticano não mantinha relações com Israel, algo que só virá a acontecer daí por 30 anos. A visita, embora plena de cobertura mediática e repleta de acontecimentos anunciados como históricos, foi breve: dia 6, Paulo VI regressará a Roma.
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