22 janeiro 2019

O ASSASSINATO DO COMANDANTE OPERACIONAL DO SETEMBRO NEGRO


22 de Janeiro de 1979. Quem visse estas imagens recolhidas pela Associated Press no dia seguinte numa rua comercial de Beirute, com carros destruídos e edifícios danificados, jamais se poderia aperceber da importância do que ali acontecera. Ali Hassan Salameh (1940-1979) era o chefe de operações da organização palestiniana Setembro Negro cuja notoriedade mundial se produzira seis anos e meio antes (no Verão de 1972), ao patrocinar o sequestro em Munique da delegação israelita aos Jogos Olímpicos. A retaliação engendrada pelos israelitas sobre os autores do que veio a ser um massacre dos reféns, veio a ser popularizada pelo filme Munich de Steven Spielberg (2005). Mas nem mesmo esse filme exibe a operação retaliatória israelita de há quarenta anos contra Ali Salameh, aquele que terá sido o principal responsável operacional pelo que acontecera em Munique. A carrinha Chevrolet em que ele seguia naquela tarde (15:35) com os seguranças, passou mesmo ao lado de um Volkswagen carocha carregado com 100 kg de explosivos, que foram detonados à distância à sua passagem por um agente do Mossad. Quatro guarda-costas de Salameh e mais quatro transeuntes morreram na explosão. O visado ainda sobreviveu mas, apesar de transportado de imediato para um hospital, morreu meia hora depois enquanto estava a ser operado. Outras dezasseis pessoas ficaram feridas. A casualidade como os afectados parecem lidar com a situação no vídeo acima explica-se pelo facto de, desde há quatro anos, o Líbano viver uma destrutiva guerra civil em que tais incidentes eram comuns. O tempo veio demonstrar que Ali Hassan Salameh fora também um canal de comunicação entre a OLP e a CIA, e, por causa disso (mas não só...), especula-se que esse estatuto o terá levado a pensar que o colocaria razoavelmente a coberto das intenções vingativas dos israelitas. Enganou-se. Nas notícias do dia seguinte (abaixo), a OLP, numa raiva despeitada, proclamava que «decidira intensificar a luta contra Israel». E então?...

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