27 de Janeiro de 1959. Emparelhadas na última página do jornal, duas notícias importantes para os comunistas de todo o mundo, unidos:
a) Ocorrera a inauguração, em Moscovo, do 21º Congresso do Partido Comunista da União Soviética. Expressamente ao contrário do que acontecera durante o congresso precedente, ainda hoje reputado pelo secretismo do discurso de Khrushchev onde fizera a denúncia dos excessos do estalinismo. Este congresso, que consagrava a consolidação no poder do secretário-geral, era uma exuberância de cobertura noticiosa quando em comparação (abaixo). Mais, quando se percebia que desta vez o discurso de abertura do mesmo Khrushchev durara sete(!) horas, assaltar-nos-ia a dúvida se não seria merecido conservar todos os discursos dele em segredo...
b) Ficava-se a saber que, em Cuba, Fidel Castro estabelecera uma ordem de sucessão revolucionária e que designara o seu irmão Raúl para lhe suceder no caso de lhe acontecer um «acidente». Apesar do dramatismo da decisão, e de hoje se saber que algumas ameaças eram sérias num país onde o preço das vidas era muito barato (vejam-se as notícias dos fuzilamentos), o «acidente» só viria a ocorrer 45 anos depois e quis a ironia da história que não passasse de um trôpego tropeço no degrau de um palco (que fracturou o joelho do velho revolucionário), ocorrido diante das câmaras de televisão. Raúl Castro só veio a tornar-se presidente de Cuba, sucedendo ao irmão, de 2008 a 2018.
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