Neste momento em que nos é anunciado o seu abandono da liderança do CDS/PP, importa fazer o balanço da obra que Paulo Portas, o governante, nos deixou nestes últimos quatro anos e meio, de onde considero merecer ser destacado o famoso guião para a reforma do estado, apreciando-o sinteticamente numa expressão de indiscutíveis ressonâncias churchillianas (do discurso que proferiu a 18 de Junho de 1940): That was his finest hour (Foi o seu momento mais brilhante). Só é pena que depois disso o vice-primeiro-ministro tenha adoptado uma atitude menos conforme o estadista que ambiciona ser, transferindo as responsabilidades da implementação desse seu magnífico guião para os colegas de governo (como se pode assistir abaixo). Isso é que já terá sido bastante menos churchilliano... De facto, a reputação de estadista de Winston Churchill não seria a que lhe reconhecemos se, perante as várias derrotas militares que o Reino Unido ainda veio a sofrer depois de 1940, tentasse transferir publicamente as responsabilidades para o Exército, a Royal Navy ou a RAF... E agora rematando sem qualquer ironia: eu suspeito que Paulo Portas nem percebe a diferença entre as duas condutas.
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