Pertenço a uma geração que ficou indelevelmente marcada há quase quarenta anos por um anúncio de televisão da gillette que correspondia à versão portuguesa deste que acima insiro. O anúncio tornou-se inesquecível pela forma como nele se dava destaque e contraste a cada um dos problemas capilares dos figurantes: Manuel Fernandes... cabelo empastado (à esquerda); Manuel Fernandes com «dry look» (à direita). A expressão caiu no goto pelo seu primarismo, como paródia às panaceias que tudo prometem solucionar apenas com uma simples mudança de aparência. Precisamente da mesma forma como Marco António Costa o fez recentemente - veja-se a metamorfose abaixo, aqueles que andam mais distraídos.
Assim, a um Marco António Costa de aspecto mais azougado, homem de acção, que conhecíamos do executivo (acima à direita, o de cabelo empastado) sucedeu um outro, mais institucional e reflexivo (o que usa «dry look»), consequência de o partido se ter mudado para a oposição, o que se pressupõe daqui para o futuro um trabalho intelectual mais apurado, razão pela qual certamente mudou o formato dos óculos. Mesmo que o PàF se tivesse notabilizado na campanha eleitoral por estar recheado de vultos que usam óculos (abaixo, realce-se a imerecida ausência de Paulo Rangel naquele elenco) parecem aproximar-se tempos em que a questão do formato dos óculos vai assumir alguma importância estética no contexto interno do PSD e da oposição.
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