Em 1180 as fronteiras da Ásia Menor tinham a configuração que se observa abaixo. Os contemporâneos não o sabiam, mas as potências cristãs do Médio Oriente preparavam-se para sofrer dois dos mais severos reveses da História Medieval: dali por 7 anos (em 1187), o Reino de Jerusalém ia desaparecer depois da Batalha de Hattin e a cidade iria ser conquistada por Saladino; dali por 24 anos, seria a conquista de Constantinopla pelos cruzados (1204), extinguindo provisoriamente o Império Romano do Oriente.
Mesmo antigo de 830 anos, o mapa mostra já alguns traços identificativos da realidade geográfica moderna, o controlo do Império Romano do Oriente fora remetido para as regiões litorais da Península enquanto no seu centro se começava a sedimentar uma nova entidade política turca: o Sultanato de Rum. Mais para Oriente a situação política mostrava-se muito mais instável, na ausência de uma entidade suprema, alternando-se os pequenos feudos dirigidos por senhores cristãos (armenian) ou muçulmanos (seldjuk).
O mapa abaixo representa os resultados do referendo que teve lugar na Turquia no passado dia 12 de Setembro. Venceu o Sim (a verde) com 58% dos votos, dando a vitória à facção mais islamista e civilista da sociedade turca, actualmente no poder através do 1º Ministro Recep Tayyip Erdoğan, enquanto o Não (a vermelho) está mais conotado com a facção secular kemalista, apoiada tradicionalmente pelas Forças Armadas turcas. A intensidade das cores está associada ao tipo de vitória – mais escura, mais folgada.
Apesar de todas as evoluções históricas que ocorreram durante os 830 anos que os separam e das migrações que entretanto ali tiveram lugar, não restam dúvidas que se torna tentador ir à procura de explicações perante a semelhança da configuração entre os dois mapas… Pelo menos, é pacífico reconhecer que nas regiões da actual Turquia que outrora foram mais influenciadas pela helenização e que mais resistiram ao avanço turco (a parte europeia e o Ocidente da Ásia Menor) correspondem hoje a onde predomina o laicismo…
O mapa abaixo representa os resultados do referendo que teve lugar na Turquia no passado dia 12 de Setembro. Venceu o Sim (a verde) com 58% dos votos, dando a vitória à facção mais islamista e civilista da sociedade turca, actualmente no poder através do 1º Ministro Recep Tayyip Erdoğan, enquanto o Não (a vermelho) está mais conotado com a facção secular kemalista, apoiada tradicionalmente pelas Forças Armadas turcas. A intensidade das cores está associada ao tipo de vitória – mais escura, mais folgada.
Apesar de todas as evoluções históricas que ocorreram durante os 830 anos que os separam e das migrações que entretanto ali tiveram lugar, não restam dúvidas que se torna tentador ir à procura de explicações perante a semelhança da configuração entre os dois mapas… Pelo menos, é pacífico reconhecer que nas regiões da actual Turquia que outrora foram mais influenciadas pela helenização e que mais resistiram ao avanço turco (a parte europeia e o Ocidente da Ásia Menor) correspondem hoje a onde predomina o laicismo…
I'm back!
ResponderEliminarInteressante...