No fundo, José Medeiros Ferreira é uma daquelas estrelas da nossa galáxia intelectual que se torna cómica de tão pretensiosa. A ele lhe devo ter escutado a mais soporífera apresentação de um livro de que me recordo. Medíocre mesmo! Tanta presunção só aumenta, aliás, os seus momentos ridículos, a ponto de me perguntar se será decente evidenciar-lhe todas as figuras de palhaço em que o apanho… E quando me disponho a conter-me, descubro textos seus em que, a coberto do dito fervor futebolístico, José Medeiros Ferreira se permite fazer processos de intenções (Mais do que seleccionador Carlos Queiroz gostaria de ser presidente da FPF), método que, se fosse aplicado à sua pessoa, o ridicularizaria ainda mais.
Mais desinibido quanto à minha possível maldade, e em vez de processos de intenções, deixem-me contar-vos uma história a propósito de outra história contada por uma terceira pessoa e que se pode seguir parcialmente aqui na blogosfera. Começa em Novembro de 2005, quando José Medeiros Ferreira escreveu o seguinte no seu blogue de então (bicho-carpinteiro):
Esta noite recebi dois telefonemas, (…), ambos estavam a ler as memórias de Filomena Mónica, minha colega na Faculdade de Letras de Lisboa nos anos sessenta e estavam entusiasmados. Disseram-me que sou referido, e até me leram uma ou outra passagem. Nada tenho a obstar à forma como a Mena Mónica recorda um menino vindo dos Açores antes dos vinte anos. Mas agora a curiosidade é enorme e urgente. Já tenho um exemplar prometido para segunda-feira!
Ora uma das passagens que lhe devem ter lido então seria certamente a que se segue (na página 303 do dito livro – Bilhete de Identidade), em que a autora não é mesmo nada lisonjeira para o seu ex-colega de faculdade, dando relevo à inépcia de Medeiros Ferreira em inglês, a ponto de não se atrever a discursar naquele idioma em Inglaterra, notando a sua condição de desertor do exército português, que o transformava numa espécie de fugitivo à David Jansen, para além de o sentar à direita de Amílcar Cabral, numa sugestão passageira de colaborador com aquela organização nacionalista guineense:
(…) em Outubro de 1971 (…) a oposição portuguesa organizou uma reunião em Westminster Hall. Para minha surpresa, ao chegar à sala, vi, ao lado de Amílcar Cabral, o José Medeiros Ferreira. Ao contrário do que sucedera com o líder do PAIGC, ninguém aplaudiu o seu discurso, porque, tendo-se exprimido em francês, teve de ser traduzido por um intérprete. Ainda tentei abordá-lo, mas, suponho que por ser desertor, desapareceu tão subitamente quanto tinha emergido.
Pelos comentários que (não) publicou posteriormente no seu blogue, a tal curiosidade enorme e urgente de José Medeiros Ferreira terá desaparecido tão subitamente quanto a sua saída da tal reunião de Westminster Hall, da forma como a descreveu a Mena Mónica. Só passado mais de um mês, e de passagem para um outro tema, é que José Medeiros Ferreira faz uma última referência ao livro (que não à forma como satisfizera a sua curiosidade enorme e urgente…), escrevendo:
Consta que o Bilhete de Identidade de Maria Filomena Mónica já vai em mais de 20.000 exemplares vendidos, e imensa gente me faz saber que já o leu.
Imagine-se lá o porquê de tanta gente ter para com ele essa atenção sacaninha!?... Uma coisa é certa: aquele José Medeiros Ferreira que naquela passagem fora recordado por Maria Filomena Mónica já nada podia ter a ver com o tal menino vindo dos Açores antes dos vinte anos (o jovem labrego que viera estudar para a cidade) que o próprio nos tentara impingir. Em Outubro de 1971 (nascido a 20-02-1942) e a estudar (salvo erro) na Suíça, Medeiros Ferreira já estava quase com trinta anos…
O post do MF chega a ser tonto, acho eu. Bom, mas eu não sou estrela.
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