Anastásia Nikolaevna Romanova (1901-1918) foi a quarta e penúltima filha do casal formado pelo tsar Nicolau II (1868-1918) e pela princesa Alice de Hesse (1872-1918, rebaptizada Alexandra com o casamento). Pelo lado materno, Anastásia era bisneta da rainha Vitória e assim aparentada com mais de metade das casas reais da Europa. Teria sido o seu destino mais provável o de casar-se com um príncipe de uma dessas casas não fosse a revolução de Fevereiro de 1917 que depôs o seu pai do trono…
Em consequência dessa revolução e da que se seguiu (a de Outubro), Nicolau II deixou de ser um actor para se tornar num peão da luta política na Rússia que degenerou numa guerra civil. Mantidos em cativeiro pelos bolcheviques, Nicolau II e a sua família – incluindo Anastásia (abaixo) – vieram a ser fuzilados em Julho de 1918. E por aqui se teria ficado a infeliz e breve história de Anastácia, não fossem algumas imaginações febris, a necessidade de contar histórias para vender jornais, alguma falta de escrúpulos…
Em Outubro de 1921, num asilo para alienados em Dalldorf, Berlim, uma das cidades da Europa onde se concentrava uma vasta comunidade de emigrados russos, uma das internadas, Maria Peuther, engomadeira de profissão, ao folhear o Berliner Illustrierte Zeitung, cuja capa apresentava uma fotografia com as quatro filhas do tsar e o título Estará viva uma das filhas do tsar? A grã-duquesa Anastásia, escapando ao massacre, estará em Paris?(*), descobre uma enorme semelhança entre a sua vizinha e Anastásia...
E assim nasceu o caso Anastásia que, como se percebe pela notícia do jornal, já existia antes da Anastásia aparecer. O caso fez correr imensa tinta e arrastou-se por décadas, sempre animado pela perspectiva de que aquela Anastásia pudesse ser a sobrevivente do pelotão de execução, apesar da sucessão de provas de que se trataria de uma impostora, que chegou ao ponto de se descobrir a verdadeira identidade da pretensa Anastásia: uma polaca de nacionalidade alemã de nome Franzeska Schanzkowska.
Em consequência dessa revolução e da que se seguiu (a de Outubro), Nicolau II deixou de ser um actor para se tornar num peão da luta política na Rússia que degenerou numa guerra civil. Mantidos em cativeiro pelos bolcheviques, Nicolau II e a sua família – incluindo Anastásia (abaixo) – vieram a ser fuzilados em Julho de 1918. E por aqui se teria ficado a infeliz e breve história de Anastácia, não fossem algumas imaginações febris, a necessidade de contar histórias para vender jornais, alguma falta de escrúpulos…
Em Outubro de 1921, num asilo para alienados em Dalldorf, Berlim, uma das cidades da Europa onde se concentrava uma vasta comunidade de emigrados russos, uma das internadas, Maria Peuther, engomadeira de profissão, ao folhear o Berliner Illustrierte Zeitung, cuja capa apresentava uma fotografia com as quatro filhas do tsar e o título Estará viva uma das filhas do tsar? A grã-duquesa Anastásia, escapando ao massacre, estará em Paris?(*), descobre uma enorme semelhança entre a sua vizinha e Anastásia...
E assim nasceu o caso Anastásia que, como se percebe pela notícia do jornal, já existia antes da Anastásia aparecer. O caso fez correr imensa tinta e arrastou-se por décadas, sempre animado pela perspectiva de que aquela Anastásia pudesse ser a sobrevivente do pelotão de execução, apesar da sucessão de provas de que se trataria de uma impostora, que chegou ao ponto de se descobrir a verdadeira identidade da pretensa Anastásia: uma polaca de nacionalidade alemã de nome Franzeska Schanzkowska.
Ultrapassando toda a controvérsia que se prolongou por décadas, creio que vale a pena referir que ainda em 1994 se fez um teste ao DNA da Anastásia berlinense (que falecera em 1984) provando, de uma forma que em termos científicos seria definitiva, por comparação com o DNA de familiares próximos da verdadeira Anastásia, que não havia quaisquer possibilidades dela pertencer à família Romanov. E que em Março de 2009 foi publicado o último relatório confirmando pelo DNA as identidades das campas do tsar e sua família...
E todavia, muito antes de todas essas demonstrações, se olharmos para as duas montagens fotográficas abaixo, que haviam sido feitas logo em 1927, e onde se compara o perfil de Anastásia com o daquela que se queria fazer passar por ela, é evidente que nunca se poderia tratar da mesma pessoa… Mas não há nada a fazer quando a convicção deixa de ser racional e passa a assumir um carácter parecido com o religioso. Será por isso que, depois de tudo, ainda hoje haverá quem considere que o assunto permanece um mistério por resolver…
Esta obtusidade, mascarada de preserverança, será sina de algumas coisas vindas da Rússia?...
(*) Paris era, naquela época, a cidade europeia onde se concentrava a maior comunidade de emigrados russos.
E todavia, muito antes de todas essas demonstrações, se olharmos para as duas montagens fotográficas abaixo, que haviam sido feitas logo em 1927, e onde se compara o perfil de Anastásia com o daquela que se queria fazer passar por ela, é evidente que nunca se poderia tratar da mesma pessoa… Mas não há nada a fazer quando a convicção deixa de ser racional e passa a assumir um carácter parecido com o religioso. Será por isso que, depois de tudo, ainda hoje haverá quem considere que o assunto permanece um mistério por resolver…
Esta obtusidade, mascarada de preserverança, será sina de algumas coisas vindas da Rússia?...
(*) Paris era, naquela época, a cidade europeia onde se concentrava a maior comunidade de emigrados russos.
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