ESTE QUERIDO MÊS DE AGOSTO - 2

Tenho estado a recapitular porque sempre considerei o serviço nas esplanadas algarvias durante o mês de Agosto como uma coisa estrangeirada, como se se tratasse de uma descontinuidade do todo nacional que está para a prática hoteleira do resto do país assim como a geografia classifica as ilhas dos Açores e da Madeira em relação ao continente. A servir à mesa os algarvios não são portugueses...

No Algarve, por esta altura, parece não haver qualquer empenho em servir o cliente. Ao invés, suponho que qualquer empenho que houvesse vê-se sufocado pela necessidade da clientela em fazer-se servir. Numa esplanada, essa realidade traduz-se na necessidade de uma coreografia própria de cliente, com um agitar de braços frenético (como se estivéssemos num bote prestes a afundar...) antes do empregado mostrar qualquer intenção de nos atender... Por ele, se a gente não quiser, ele também não...
É exótico - até parece que estamos no estrangeiro... - tem as suas vantagens - para quem não se disponha a alinhar na coreografia, pode-se passar uns bons três quartos de hora numa qualquer esplanada a descansar sem necessidade de consumir... - e o desafio chega a ter a sua piada - será que nesta aqui estarão interessados em fazer negócio?... - mas tanta inércia acaba por cansar. Tanto, que já por mais de uma vez, e pelo exagero oposto, me recordei do vídeo abaixo de Jô Soares...