
Já há muito que o futebol deixou de ser um desporto e, para o comprovar, vale a pena que se faça uma pequena comparação da enorme discrepância que existe entre o número dos seus
adeptos e o número daqueles que efectivamente o praticam. Ou também se pode perguntar quantas
estrelas do futebol (abaixo) por esse Portugal fora terão alcançado esse
estatuto sem que fosse preciso que tocassem numa bola?

Deixando de ser um desporto passou a ser um espectáculo que precisa, como qualquer bom espectáculo, de
uma coreografia devidamente
organizada. Ainda recentemente, coube a um
árbitro norueguês (abaixo) a
tarefa de evitar que na final da Liga dos Campeões de 2009 não se repetissem precisamente os mesmos participantes do ano transacto, o que seria
aborrecido em termos de audiências e de receitas publicitárias…

Porque, como espectáculo, o futebol tem-se tornado também num negócio de muitos milhões. E esses milhões assim gerados costumam tornar a ser injectados entre os seus
agentes principais para que o ciclo se mantenha. Por
agente principal entenda-se
figuras de vulto como o
empresário José Veiga (abaixo) – que, se calhar, nem sequer alguma vez terá tido jeito para jogar à bola… – ou um
verdadeiro actor como Cristiano Ronaldo.

Se estou convencido que são estas e são claras as regras do verdadeiro
Grande Jogo, e como esta opinião recolheria a concordância quase unânime da audiência presente se a tivesse apresentado no intervalo de um jogo num daqueles cafés onde a malta se junta para ver a
SportTV, a verdade é que, perante estas regras
cristalinas (
quase tudo é uma aldrabice!), não concebo que razões haverá para que certas polémicas possam surgir.

A não ser para vender jornais(acima)... como parece acontecer com a
pretensa atitude ofendida de Cristiano Ronaldo após a reacção céptica ao
comunicado sobre os seus sintomas gripais que o impediram de alinhar no último jogo da selecção. Entendamo-nos: um jogador só está motivado
positivamente para jogar pela selecção enquanto não assina o
Contrato da sua vida. Que saudades do golo de Luís Figo no Euro 2000!...
Depois de assinar esse
Contrato Milionário, como aconteceu com Luís Figo e aconteceu agora com Cristiano Ronaldo, os jogadores de elite já só podem ser motivados a jogar pela sua selecção nacional pela
negativa,
i.e., pelo receio da maneira como uma recusa em o fazer poderia afectar a sua imagem pública. E isso reflecte-se nos seus rendimentos desportivos e os últimos desempenhos de Cristiano Ronaldo na selecção aí estão a prová-lo.
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