Gosto muito do trecho de desenhos animados do vídeo acima, em que Bugs Bunny tem uma entrada de estadão numa sala de concerto enquanto os membros da orquestra sussurram de forma quase extasiada: Leopold! (vejam-no antes de continuar a leitura) O Leopold é o maestro Leopold Stokowski (1882-1977) e a continuação da cena também merece ser vista, mas, para mim, esse trecho sintetiza, como poucos, a admiração desproporcionada por uma figura, não pelos seus méritos mas apenas por ela ser uma figura pública.
Num meio que creio dominado pela igualdade como é o da blogosfera, essas reverências em excesso à magnificência do autor que dá na TV e que entretanto se digna fazer uma perninha aqui pela blogosfera, costumam descambar no ridículo. Foi ridículo o ar de aclamação da chegada à blogosfera de Vasco Pulido Valente – parodiada na altura por um poste meu intitulado Habemus Papam! – e tem sido ridícula esta celebração do primeiro poste de José Pacheco Pereira no blogue Jamais.
Ainda para mais quando José Pacheco Pereira apenas se dispôs a escrever um conjunto de truísmos, paradoxal e, ainda por cima, para ser publicado às prestações… Embora o próprio se costume manifestar avesso a metáforas futebolísticas (ou talvez por causa disso mesmo...), para fazer figuras destas de displicência e pouco empenho já basta as que o Cristiano Ronaldo tem feito ultimamente, cada vez que enverga a camisola da selecção nacional... Suponho que, ao convidarem esta cabeça de cartaz, estragaram o cartaz...
Tenho de lhe agradecer este feliz regresso à infância: só tinha visto esta cena uma vez, quando era pequeno, e na altura o nome soprado soava-me "Liverpool". Agora percebo que era Leopold, o que num cenário de música erudita faz muito mais sentido.
ResponderEliminarFaz sentido mas apenas no quadro da popularidade dos maestros da época do filme. Se o filme tivesse sido feito dali por alguns anos, o nome sussurrado já poderia ser, por exemplo, Leonard (Bernstein).
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