A pouco e pouco têm vindo a ser revelados os contornos de uma operação clandestina que foi desencadeada por Israel no passado dia 6 de Setembro onde, supostamente, uma esquadrilha dos seus aviões bombardeou de surpresa alvos que estavam situados no Nordeste da Síria, cuja natureza permanece difícil de explicitar. Os pormenores da história têm vindo a aparecer aos bochechos, especialmente contados pela parte israelita (depois transpostos na imprensa mundial), quando alegadamente não o deveria fazer, dado que nela tem o papel antipático do agressor não provocado.
A transparência do que terá acontecido não melhora com a queixa formulada pela Síria junto do Conselho de Segurança da ONU, de onde não fica nada claro quais são os danos de que se queixa… É do lado israelita – onde até já se ouviram proclamações congratulatórias sobre o raid vindas da extrema direita… – que se têm ouvido alusões a um programa nuclear da Síria em colaboração com a Coreia do Norte… De qualquer modo, é muito estranho a Síria não exibir uma enorme campanha de vitimização às garras de Israel como está tão em voga entre os árabes naquelas paragens e naquelas circunstâncias.
Salvaguardadas as distâncias, há nesta história misteriosa alguns elementos semelhantes aos da última fase da história do desaparecimento da Maddie: são casos envoltos num pseudo-secretismo, em que um dos lados (Israel e a PJ) vai municiando os jornalistas ao ritmo das suas necessidades e são casos onde é difícil fazer a distinção maniqueísta entre os bons e os maus. Mas não há o perigo de que o ataque israelita do passado dia 6 ocupe a primeira meia hora de um telejornal por dias a fio: falta-lhe o toque de humanismo e a notícia exige um grau de abstracção demasiado para que a notícia se torne popular (os sírios têm impedido o acesso das estações de TV ao local do crime…).
Ainda há imensos detalhes por perceber relacionados com esta operação israelita, que faz lembrar uma outra, desencadeada tambem por Israel em 1981, contra o reactor nuclear iraquiano de Osirak. Esta história do ataque israelita é um caso magnífico para estabelecer a diferença entre o que considero uma excelente notícia e as excelentes histórias que fazem vender mais e prender a atenção do público. O atributo das segundas está normalmente no acessório, raramente no essencial… Mas creio que é com o material das primeiras que se constroem as verdadeiras peças de qualidade do jornalismo…
A transparência do que terá acontecido não melhora com a queixa formulada pela Síria junto do Conselho de Segurança da ONU, de onde não fica nada claro quais são os danos de que se queixa… É do lado israelita – onde até já se ouviram proclamações congratulatórias sobre o raid vindas da extrema direita… – que se têm ouvido alusões a um programa nuclear da Síria em colaboração com a Coreia do Norte… De qualquer modo, é muito estranho a Síria não exibir uma enorme campanha de vitimização às garras de Israel como está tão em voga entre os árabes naquelas paragens e naquelas circunstâncias.
Salvaguardadas as distâncias, há nesta história misteriosa alguns elementos semelhantes aos da última fase da história do desaparecimento da Maddie: são casos envoltos num pseudo-secretismo, em que um dos lados (Israel e a PJ) vai municiando os jornalistas ao ritmo das suas necessidades e são casos onde é difícil fazer a distinção maniqueísta entre os bons e os maus. Mas não há o perigo de que o ataque israelita do passado dia 6 ocupe a primeira meia hora de um telejornal por dias a fio: falta-lhe o toque de humanismo e a notícia exige um grau de abstracção demasiado para que a notícia se torne popular (os sírios têm impedido o acesso das estações de TV ao local do crime…).
Ainda há imensos detalhes por perceber relacionados com esta operação israelita, que faz lembrar uma outra, desencadeada tambem por Israel em 1981, contra o reactor nuclear iraquiano de Osirak. Esta história do ataque israelita é um caso magnífico para estabelecer a diferença entre o que considero uma excelente notícia e as excelentes histórias que fazem vender mais e prender a atenção do público. O atributo das segundas está normalmente no acessório, raramente no essencial… Mas creio que é com o material das primeiras que se constroem as verdadeiras peças de qualidade do jornalismo…
Adenda: O Público de hoje resolveu reservar as suas duas páginas de destaque a este assunto. É muito mais razoável que as vicissitudes de Mourinho de ontem…
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