Se for verdade aquilo que se afirma no final de um artigo do DN de hoje, retirado por sua vez do jornal El Pais de língua castelhana, então a escolha dos Açores para local de realização da cimeira que desencadeou a guerra do Iraque teve muito mais a ver com a cacofonia associada ao nome do local originalmente previsto para a sua realização – a ilha Bermuda, também no meio do Atlântico – do que com o prestígio granjeado por Portugal, pelos Açores ou pela pessoa de José Manuel Barroso.
Às claras, a história é demasiado estúpida para ser totalmente inventada. Eventualmente, dada a origem espanhola da notícia, haverá o retoque florido de atribuir forçadamente a decisão do local da Cimeira a Aznar quando todos sabem que ele e a Espanha não passaram naquele trio de comparsas menores – e os factos posteriores vieram demonstrar que, quando uma história envolve os aliados dos Estados Unidos deste presidente Bush, o adjectivo menor quer dizer mesmo muito menor…
Mas não restam dúvidas que se torna imensamente embaraçoso se se vier a descobrir à posteriori que o lugar da história de José Manuel Barroso (aqui, à esquerda de gravata vermelha) se deve à contingência de evitar que o nome da cimeira da Bermuda pudesse ser confundido com a peça de roupa homónima. Terá sido assim que o insigne primeiro-ministro português se tornou um anfitrião substituto de última hora do conhecidíssimo Alex Scott (abaixo), ministro-presidente (na época) do governo da colónia britânica da Bermuda (65.000 habitantes e 53 Km²)?
Se assim aconteceu, trata-se de um embaraço de causar arrepios! Em primeiro lugar para José Manuel Barroso, a confirmar-se um suplente sempre disponível (como aconteceu com a presidência da comissão europeia…), mas também para aqueles autores que, na altura, escreveram todos aqueles textos aprofundados sobre o significado do euroatlantismo e da escolha simbólica dos Açores para a realização daquela cimeira… Olha se Bush tivesse embirrado ao saber que açor era nome de pássaro?....
Mas não restam dúvidas que se torna imensamente embaraçoso se se vier a descobrir à posteriori que o lugar da história de José Manuel Barroso (aqui, à esquerda de gravata vermelha) se deve à contingência de evitar que o nome da cimeira da Bermuda pudesse ser confundido com a peça de roupa homónima. Terá sido assim que o insigne primeiro-ministro português se tornou um anfitrião substituto de última hora do conhecidíssimo Alex Scott (abaixo), ministro-presidente (na época) do governo da colónia britânica da Bermuda (65.000 habitantes e 53 Km²)?
Se assim aconteceu, trata-se de um embaraço de causar arrepios! Em primeiro lugar para José Manuel Barroso, a confirmar-se um suplente sempre disponível (como aconteceu com a presidência da comissão europeia…), mas também para aqueles autores que, na altura, escreveram todos aqueles textos aprofundados sobre o significado do euroatlantismo e da escolha simbólica dos Açores para a realização daquela cimeira… Olha se Bush tivesse embirrado ao saber que açor era nome de pássaro?....
Bush é um grande passarão, mas a sua ave de estimação é a águia imperial tão ao gosto daquele senhor de bigodinho que, não sendo Adão, conheceu a Eva...
ResponderEliminarA localização foi decidida em reunião com o Aznar no rancho de Crawford.
ResponderEliminare com esta jogada o espertalhão do Aznar aproveitou a deixa para a Espanha puxar Portugal para a zona do sub-imperialismo espanhol - para melhor poder deglutir a região Portugal economicamente
Conforme duvido no "poste", ficaria muito mais seguro que “A localização foi decidida em reunião com o Aznar no rancho de Crawford” como afirma, se isso vier a ser corroborado por outra fonte que não seja espanhola…
ResponderEliminarSabe-se como as recordações destes encontros são “fluidas” e frequentemente discordantes e sabe-se também o que Aznar tem a ganhar ainda hoje, mesmo “aposentado”, fazendo-se passar por ter sido mais importante do que aquilo que terá sido.
Em caso de necessidade de explicação das razões do meu cepticismo, não sei se o ditado “quem conta um conto, acrescenta-lhe um ponto…” existirá em Espanha mas creio que seria perceptível, mesmo para quem falar apenas castelhano…
Não nos esqueçamos que, se tivessem de facto influência como reclamam, os espanhóis poderiam ter tentado levado a cimeira para território espanhol no Atlântico: as Canárias…