Ao longo sua extensa biografia de 787 páginas dedicada ao Generalíssimo Francisco Franco e à época em que dirigiu a Espanha (1936-1975), dificilmente Paul Preston consegue esconder a fraca consideração intelectual em que tem o seu biografado.
Corroborando algo que, naquela mesma época, apenas se afirmava em surdina nos corredores do poder em Portugal, e cuja fonte seria provavelmente o próprio Presidente do Conselho Oliveira Salazar, Francisco Franco era astuto mas não muito denso...
As fotografias institucionais do regime, quando não em funções cerimoniais, exibiam-no pescando, caçando, montando a cavalo ou em qualquer outra actividade desportiva lúdica, como se o ditador não passasse de um daqueles avôs de raízes e sabedoria rural.
As fotografias que o faziam passar por intelectual podiam ter o seu quê de ridículo: os livros da biblioteca da fotografia abaixo, que foi tirada no escritório da sua residência pessoal, haviam pertencido à romancista a quem os Franco haviam comprado o palacete…
Perante esta reputação conhecida de Franco, dificilmente haveria ironia maior do que aquilo que lhe vieram a fazer depois da morte, quando Árias Navarro (abaixo) se pôs a ler na televisão um testamento aos espanhóis cuidadosamente redigido e atribuido a si…
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