Se no mês passado o Conselheiro de Estado Mário Soares não se inibiu de publicar um artigo de opinião no Diário de Notícias em que era fortemente crítico sobre a actuação do seu sucessor Cavaco Silva, parece que este mês passa a ser o seu estatuto de Conselheiro de Estado (que sempre teve...) que o faz ter um direito de reserva para que não se pronuncie sobre o estado das relações entre a Presidência da República e o Governo. Seria razão para elogiar a nova atitude do Conselheiro Mário nesta sua nova encarnação setembrista, não fosse o receio fundado que o próximo mês de Outubro nos possa trazer novas inflexões quanto ao que possa ser a sua opinião sobre a oportunidade de dar opinião…
Depois do socialismo, houve muitas outras coisas que foram para a gaveta e se há coisa de que não se pode acusar Mário Soares ao longo da sua extensa carreira política, é a de ele mostrar alguma coerência nestas suas pequenas manobras tácticas da pequena política. Está tão inocente disso, como também sempre se mostrou inocente de gestos em que prescinda de quaisquer mordomias a que tenha direito. Rejeições dessas, que eu julgava demonstrativas da virtude e sobriedade republicanas (como aconteceu com o caso dos rectroactivos da pensão de Ramalho Eanes), explicaram-me agora que deviam ser gestos naturais, em que afinal o mais reprovável é a publicidade dada à decisão, como se lê (entrecitando-se) em alguns colegas de blogosfera…
Se há coisa que me continua a maravilhar neste nosso Portugal é a impunidade mediática de que continua a gozar Mário Soares em contraste com a severidade com que continuam a ser apreciados aqueles que ele, alguma vez no passado, escolheu para adversários de eleição como serão os casos de Ramalho Eanes e de Cavaco Silva… E apenas para deixar escrito o que já acima estava subentendido, suponho que o tal direito de reserva da sua opinião quanto às relações entre a Presidência e o Governo, que lhe terá surgido conjuntamente com a chegada do Outono, será o mais próximo que poderemos ouvir de uma concordância do Conselheiro Mário com as opiniões do... Gajo.
Depois do socialismo, houve muitas outras coisas que foram para a gaveta e se há coisa de que não se pode acusar Mário Soares ao longo da sua extensa carreira política, é a de ele mostrar alguma coerência nestas suas pequenas manobras tácticas da pequena política. Está tão inocente disso, como também sempre se mostrou inocente de gestos em que prescinda de quaisquer mordomias a que tenha direito. Rejeições dessas, que eu julgava demonstrativas da virtude e sobriedade republicanas (como aconteceu com o caso dos rectroactivos da pensão de Ramalho Eanes), explicaram-me agora que deviam ser gestos naturais, em que afinal o mais reprovável é a publicidade dada à decisão, como se lê (entrecitando-se) em alguns colegas de blogosfera…
Se há coisa que me continua a maravilhar neste nosso Portugal é a impunidade mediática de que continua a gozar Mário Soares em contraste com a severidade com que continuam a ser apreciados aqueles que ele, alguma vez no passado, escolheu para adversários de eleição como serão os casos de Ramalho Eanes e de Cavaco Silva… E apenas para deixar escrito o que já acima estava subentendido, suponho que o tal direito de reserva da sua opinião quanto às relações entre a Presidência e o Governo, que lhe terá surgido conjuntamente com a chegada do Outono, será o mais próximo que poderemos ouvir de uma concordância do Conselheiro Mário com as opiniões do... Gajo.
A.Teixeira:
ResponderEliminar"...nosso Portugal é a impunidade mediática de que continua a gozar Mário Soares em contraste..."
De facto é estranho, mas as pessoas, os cidadãos, corrigem isso ignorando o senhor, e já corrigiram isso no passado, via eleitoral.
Neste momento é penoso observar a vacuidade do senhor Soares.
Os artigos dele no DN que ele pensa serem profundas e elaboradas reflexões apenas parecem uma versão MaxMen de pequena política.
É absolutamente irrelevante as opiniões de Soares, mais ainda quando dadas em relação a Cavaco Silva.
É uma pessoa que perdeu completamente a noção do sitio onde está e da idade que tem e do país actual onde supostamente vive.
A impunidade mediática deve-se também ao facto de Soares ser um elemento pitoresco comportando-se desta maneira, mais agradável de ver existir do que ser colocado sobre critica.
O que é mais espantoso é o facto do próprio não entender o desfasamento completo da suas posições...
Quem está interessado nos conselhos de um homem gasto e cheio de vácuo?
Dissidente-x
Impunidade? Foram muitos anos a inflaccionar a Comunicação Social com "jornalistas" cor de rosa...
ResponderEliminarResolveu-se o problema da inflacção com os afastamentos de OUTROS jornalistas, mas a cor ficou porque para o PS, «l'important c'est la rose» e o resto é um pretexto.
O que faz correr o trôpego Mário?
ResponderEliminarUma promessa? Um remorso serôdio? Uma "factura"?