Os Jogos Sem Fronteiras eram, simultaneamente, um concurso e um programa televisivo a transmitir internacionalmente, que foi criado em 1965 com o objectivo político de aproximar os diversos povos europeus. Os países fundadores do certame foram a Alemanha, a Bélgica, a França e a Itália. Mas, como é muita vezes comum, os Jogos eram um espectáculo de evasão, que escondia a verdadeira realidade da época que na Europa era feita de outros Jogos e esses com fronteiras…
Dentro da Alemanha, por exemplo, havia uma vincada fronteira política (o Muro de Berlim fora construído em 1961) a separar dois lados de um mesmo país: a Alemanha Federal a Ocidente (acima assinalada a azul claro) e a Alemanha Democrática a Leste (em vermelho). Hoje, aquela fronteira que tanto marcava o continente desapareceu e a Alemanha está unificada mas parece que existe um outro país que guardou uma outra fronteira que parece ser menos publicitada mas tão vincada quanto a da Alemanha foi.
O país é a Bélgica, a fronteira é antiga, mas chega a ser assustador quando observamos o rigor com que foi traçada em 1962 a separação linguística que a divide desde então, onde, além da área neerlandófona no Norte (rosa) e a francófona no Sul (azul), existem uma profusão de pequenas áreas adjacentes ao traçado da fronteira, sejam elas de maioria neerlandófona com minorias francófonas protegidas (a vermelho), sejam de maioria francófona com minorias neerlandófonas protegidas (a azul escuro).
São preciosismos que fazem lembrar os problemas legais levantados por alguns recantos que houve em Berlim, que pertenciam originalmente à zona Leste, mas que por conveniência da construção do Muro erigido em 1961 (acima) tinham acabado por ficar do lado Ocidental, e que os activistas ocidentais mais radicais aproveitavam para as suas manifestações, sem que a polícia de Berlim Ocidental pudesse intervir, por razões de direito internacional…
Aliás, como acontecia com o enclave de Berlim Ocidental, que estava todo situado em plena Alemanha de Leste (a região a amarelo do primeiro mapa), também na Bélgica existe um outro enclave constituído pela capital, Bruxelas (assinalada a verde claro), que, sendo uma cidade maioritariamente francófona, fica situada no meio da região neerlandófona. Para que o paralelo com a Alemanha seja completo (acima), só falta agora que uma das regiões belgas adicione o seu escudo à bandeira nacional (abaixo)…
Porque quanto a governo nacional, já me esqueci da última vez que houve um governo nacional belga que não estivesse demissionário…
Dentro da Alemanha, por exemplo, havia uma vincada fronteira política (o Muro de Berlim fora construído em 1961) a separar dois lados de um mesmo país: a Alemanha Federal a Ocidente (acima assinalada a azul claro) e a Alemanha Democrática a Leste (em vermelho). Hoje, aquela fronteira que tanto marcava o continente desapareceu e a Alemanha está unificada mas parece que existe um outro país que guardou uma outra fronteira que parece ser menos publicitada mas tão vincada quanto a da Alemanha foi.
O país é a Bélgica, a fronteira é antiga, mas chega a ser assustador quando observamos o rigor com que foi traçada em 1962 a separação linguística que a divide desde então, onde, além da área neerlandófona no Norte (rosa) e a francófona no Sul (azul), existem uma profusão de pequenas áreas adjacentes ao traçado da fronteira, sejam elas de maioria neerlandófona com minorias francófonas protegidas (a vermelho), sejam de maioria francófona com minorias neerlandófonas protegidas (a azul escuro).
São preciosismos que fazem lembrar os problemas legais levantados por alguns recantos que houve em Berlim, que pertenciam originalmente à zona Leste, mas que por conveniência da construção do Muro erigido em 1961 (acima) tinham acabado por ficar do lado Ocidental, e que os activistas ocidentais mais radicais aproveitavam para as suas manifestações, sem que a polícia de Berlim Ocidental pudesse intervir, por razões de direito internacional…
Aliás, como acontecia com o enclave de Berlim Ocidental, que estava todo situado em plena Alemanha de Leste (a região a amarelo do primeiro mapa), também na Bélgica existe um outro enclave constituído pela capital, Bruxelas (assinalada a verde claro), que, sendo uma cidade maioritariamente francófona, fica situada no meio da região neerlandófona. Para que o paralelo com a Alemanha seja completo (acima), só falta agora que uma das regiões belgas adicione o seu escudo à bandeira nacional (abaixo)…
Porque quanto a governo nacional, já me esqueci da última vez que houve um governo nacional belga que não estivesse demissionário…
A complexidade da Bélgica fica para um estrangeiro uma coisa difícil a entender mas quando se vai comparar a situação com o murro de Berlim!!! Então, com um coração tranquilo posso confirmar que nenhum belga vive num gueto.
ResponderEliminarNo que se refere no mapa, as facilidades que os flamengos recebem na Valónia há exactamente 1 escola flamenga para os alunos que vivem num município de Valónia com facilidades, aliás esta escola existe somente porque foi financiada pela comunidade flamenga, assim como a comunidade flamenga tem financiado as escolas francesas dos municípios com facilidades linguísticas em volta de Bruxelas. Alguém já ouviu que há problemas linguísticos com os flamengos na Moeskroen, Komen Waasten ou Vloesberg, aldeias que todas têm pertencido desde séculos à flandres. Sabe porque! Os flamengos além são perfeitamente bilingues.
Desde os anos sessenta os francófonos podem enviar os seus filhos para uma escola francês financiados pela comunidade flamenga, porquê então, os francófonos recusam falar ou respeitam a língua flamenga.
Cumprimentos de Antuérpia
Meu caro amigo,
ResponderEliminarA situação é ridícula para quem. A Bélgica só tem o tamanho de um lenço. Ir de comboio para Holanda leva meia hora, Alemanha quarenta cinco minutos, também para França não precisa mais tempo e se o túnel não está a arder leva uma hora e quinze minutos para chegar a capital de Inglaterra. Então quem reclama que a língua mudou cada meia hora. Na auto-estrada em Alemanha chama - se Liège" Luttich" em França chama-se Antwerpen "Anvers" Toda a gente aceitam que na França se usa o Francês, ninguém disputa os direitos dos franceses, alemães, holandeses ou Ingleses. Porque os flamengos também não podem desfrutar desse direito. Claro o senhor não falou de guetos, mas com a sua comparação com o murro de Berlim, desperta a ideia que na Bélgica as pessoas não vivem em liberdade. No mapa de Bélgica a capital está indicada com bilingue, então convido todos para visitar Bruxelas, só há uma condição tem de falar a língua flamenga, se calhar perceberá então como os francófonos respeitam os direitos dos seus patriotas flamengos.
Cumprimentos de Antuérpia
Para quem esteja a seguir os comentários, torna-se importante dizer que entre o primeiro e o segundo comentário do Alfacinha lhe mandei a mensagem abaixo:
ResponderEliminarMeu Caro Theo:
Tenho que reconhecer que o meu blogue não é o mais recomendável para quem quer aprender português. Se calhar por causa da redacção ser rebuscada, se calhar por causa do vocabulário ser erudito, por vezes são mesmo os portugueses aqueles que acabam por não perceber o que eu quis escrever.
É que, em relação ao comentário que deixou no blogue, eu quero esclarecê-lo que fiz a comparação entre a Alemanha dividida por uma barreira física e a Bélgica dividida por uma barreira linguística. O Muro de Berlim era apenas o sítio mais visível dessa divisão da Alemanha e foi só o Theo falou em guetos.
Os estrangeiros podem não ver o problema com a sua proximidade de Antuérpia, mas o ridículo de certas situações torna-se um ridículo internacional. Alguém me contou que apanhou um comboio na Bélgica onde os anúncios começaram por ser só em neerlandês, a meio da viagem eram em neerlandês e francês e no destino já só eram em francês... É possível?
Se for verdade, o que é que o Theo pensa que os estrangeiros pensam disso? É que isso não acontece nem em viagens internacionais de avião...
Cumprimentos de Lisboa
A.Teixeira
Meu caro amigo Alfacinha:
ResponderEliminarAo longo, não só desta mas, das inúmeras trocas de comentários que já trocámos acerca da questão linguística belga, já me explicou pelo menos uma dúzia de aspectos dos mais variados, em que a razão pertence à Comunidade da Flandres.
Desta vez, para beneficiar da sua visão nacional da questão, peço-lhe que me indique para contrariar, uns três aspectos, ainda que menores, em que, na sua opinião, a razão pertence à Comunidade da Valónia.
Depois continuamos...
Cumprimentos de Lisboa
Caro amigo
ResponderEliminarÉ verdade já trocámos muitas palavras a respeito da disputa linguística na Bélgica. Contudo, a razão tem muitas crianças, mas a verdade só tem uma.
O português que uso não é de alto nível mas melhor do que o neerlandês do vice -presidente da cidade de Bruxelas, para que ela não fale nem uma palavra neerlandesa e apesar disso, o senhor acha que tenha de dar uns aspectos em que a razão pertence à comunidade da Valónia.!!!
Aliás, o que se passa em Portugal? Tanta perturbação, porque algumas pessoas (cem mil dos dez milhões portugueses) se vexam sobre algumas regras linguísticas que mudaram. Coitado! Que banal
Cumprimentos de Antuérpia
Caro Alfacinha:
ResponderEliminarNão será pelas dificuldades de idioma que não se percebem as perguntas e que se dão respostas evasivas, difusas.
Creio que em neerlandês se escreve "antwoord diffuse".
Cumprimentos de Lisboa