A cena provavelmente mais memorável do filme Taxi Driver de Martin Scorsese consiste num monólogo de Robert de Niro, frente ao espelho, em que repete, cada vez com uma entonação diferente (interrogadora, depois insistente, por fim ameaçadora) a mesma pergunta: estás a falar comigo (you talkin´to me)?
Tem-me ocorrido repetidamente a mesma pergunta, e os sentimentos também têm variado, embora diferentes (irritação, desespero, exaspero, comiseração…) ao seguir as performances consecutivas e as dramatizações apocalípticas do candidato presidencial Mário Soares.
Na versão de São Silvestre, anda a tentar transferir culpas para a comunicação social, como se ele – virgem impoluta! – não conhecesse todos os seus meandros, os contactos, as manobras e a forma delas beneficiar… Dando por adquirido que Soares não estará a falar para mim, impõe-se perguntar para quem, diabo, estará ele ainda a falar? Quantos achará ele que se deixarão convencer ainda mais uma vez?
Tem-me ocorrido repetidamente a mesma pergunta, e os sentimentos também têm variado, embora diferentes (irritação, desespero, exaspero, comiseração…) ao seguir as performances consecutivas e as dramatizações apocalípticas do candidato presidencial Mário Soares.
Na versão de São Silvestre, anda a tentar transferir culpas para a comunicação social, como se ele – virgem impoluta! – não conhecesse todos os seus meandros, os contactos, as manobras e a forma delas beneficiar… Dando por adquirido que Soares não estará a falar para mim, impõe-se perguntar para quem, diabo, estará ele ainda a falar? Quantos achará ele que se deixarão convencer ainda mais uma vez?
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