Está geneticamente inscrito em nós, portugueses, que estamos entre os melhores do mundo na arte do lamento. É isso que dá todo o encanto ao fado. Isso e alguma dose de ignorância à mistura combinam-se para que, naquelas comparações internacionais, sejamos sempre os mais desgraçados de todos, estejamos previsivelmente na cauda da Europa – embora melhor que 80% da humanidade, mas isso agora não interessa nada.
Ainda recentemente, quando tivemos o privilégio de ter o 1º ministro Santana Lopes, que tinha um perfil assim mais … fora dos cânones clássicos, procurei consolar muitos desanimados com a comparação com a personalidade do seu homólogo italiano, Sílvio Berlusconi, que considero assim uma espécie de mistura entre o Alberto João Jardim e um clássico presidente de clube de futebol (ele até é mesmo presidente de um clube de futebol), da galeria de um Pinto da Costa, Sousa Cintra ou Vale e Azevedo.
Confesso que não tive muito sucesso. Na maioria das vezes, aquele meu esforço só servia para atrapalhar e retirar razões de expressão à dor: Os italianos vivem muito melhor que nós. O facto de eles terem um chefe de governo que é pessoal e ostensivamente votado ao ostracismo por alguns dos seus pares europeus não tem importância nenhuma, dado que a humilhação nem sequer é nossa, não alimenta o nosso ego sofrido.
É esta relatividade no sofrimento que descubro sempre presente nas conversas a propósito das nossas relações com os espanhóis. Em qualquer conversa tipo eles estão-nos recorrentemente a invadir, seja com médicos e enfermeiros (porque nós, com os numerus clausus, retirámos a portugueses a possibilidade de se formarem nessas profissões), seja com os seus produtos de baixo preço (de que quero destacar os famosos caramelos, que devem ser subsidiados secretamente pela Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária – SPEMD).
Na realidade, os ameaçadores espanhóis, antes de nos anexarem, estão com problemas lá na casa deles que bem chegam para os entreter. Ainda hoje, 6 de Dezembro, ao comemorarem os 27 anos da sua Constituição nas Cortes, as cerimónias foram abrilhantadas pelas ausências dos deputados representantes das formações nacionalistas catalãs, bascas, galegas e de Navarra.
Ainda recentemente, quando tivemos o privilégio de ter o 1º ministro Santana Lopes, que tinha um perfil assim mais … fora dos cânones clássicos, procurei consolar muitos desanimados com a comparação com a personalidade do seu homólogo italiano, Sílvio Berlusconi, que considero assim uma espécie de mistura entre o Alberto João Jardim e um clássico presidente de clube de futebol (ele até é mesmo presidente de um clube de futebol), da galeria de um Pinto da Costa, Sousa Cintra ou Vale e Azevedo.
Confesso que não tive muito sucesso. Na maioria das vezes, aquele meu esforço só servia para atrapalhar e retirar razões de expressão à dor: Os italianos vivem muito melhor que nós. O facto de eles terem um chefe de governo que é pessoal e ostensivamente votado ao ostracismo por alguns dos seus pares europeus não tem importância nenhuma, dado que a humilhação nem sequer é nossa, não alimenta o nosso ego sofrido.
É esta relatividade no sofrimento que descubro sempre presente nas conversas a propósito das nossas relações com os espanhóis. Em qualquer conversa tipo eles estão-nos recorrentemente a invadir, seja com médicos e enfermeiros (porque nós, com os numerus clausus, retirámos a portugueses a possibilidade de se formarem nessas profissões), seja com os seus produtos de baixo preço (de que quero destacar os famosos caramelos, que devem ser subsidiados secretamente pela Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária – SPEMD).
Na realidade, os ameaçadores espanhóis, antes de nos anexarem, estão com problemas lá na casa deles que bem chegam para os entreter. Ainda hoje, 6 de Dezembro, ao comemorarem os 27 anos da sua Constituição nas Cortes, as cerimónias foram abrilhantadas pelas ausências dos deputados representantes das formações nacionalistas catalãs, bascas, galegas e de Navarra.
O chefe do governo regional catalão aproveitou para reafirmar que a Catalunha é uma nação, numa Espanha que é uma nação de nações, seja o que for o que isto quer dizer. Talvez algo parecido com o que Orwell inventou em Animal Farm: todos os animais são iguais, mas há uns que são mais iguais que os outros.
Conclusivamente, se a Espanha for um clube, de que nós, portugueses, corremos o risco de sermos feitos membros a força, podemos ir descansando, porque o clube não é assim tão popular, e há uns sócios que se querem vir embora. É a tradução da forma algébrica do título: 40 (população espanhola em milhões) + 10 (população portuguesa) – 8 (Catalunha) – 2 (País Basco) = 40.
Quem é que quer fazer parte de um clube que corre o risco de perder membros?
Sem comentários:
Enviar um comentário