O Carrocel Mágico foi, possivelmente, a primeira de todas minhas paixões televisivas. E não apenas minha: ainda hoje há um edifício de Lisboa que tem o nome oficioso de franjinhas em homenagem a um dos personagens da série, aquele cão que aparece no meio da fotografia. Os gelados da Olá traziam os bonecos da série, como brinde. Enfim, o merchandising do costume, mas de que me considero absolvido a posteriori pela novidade que aquilo constituía naquela altura (1966-67).
Mas, se continuo a lembrar-me da série e do folclore que a acompanhava, também me lembro do desconforto que senti ao revê-la, passadas umas boas dezenas de anos. A animação não era nada de especial, as histórias eram confrangedoramente simples, parece que ficávamos demasiado fixados ao acessório do movimento dos personagens para nos apercebermos de que nada evoluía.
Pensar no Carrocel Mágico não foi inocente; ocorreu-me a propósito das próximas presidenciais e da forma como as recordaremos para o futuro. Muito barulho, pouca substância. Quem se lembra das últimas eleições presidenciais? Quem concorreu contra Sampaio? E nas anteriores? Além de Sampaio e Cavaco, quem mais foi a votos? Alguém se lembra que Soares foi reeleito em 91 com uns aclamados 70% dos votos?
É que, se já nos resignámos a que só haja eleições presidenciais a sério de dez em dez anos – esta até parece uma das constatações bombásticas à Vasco Pulido Valente! – também parece estarmos a retirar a emoção mesmo a essas. O Soares ralha, o Alegre indigna-se, o Louçã prega e o Jerónimo cai nas boas graças da comunicação social, enquanto o Cavaco se prepara para ganhar.
Mas, se continuo a lembrar-me da série e do folclore que a acompanhava, também me lembro do desconforto que senti ao revê-la, passadas umas boas dezenas de anos. A animação não era nada de especial, as histórias eram confrangedoramente simples, parece que ficávamos demasiado fixados ao acessório do movimento dos personagens para nos apercebermos de que nada evoluía.
Pensar no Carrocel Mágico não foi inocente; ocorreu-me a propósito das próximas presidenciais e da forma como as recordaremos para o futuro. Muito barulho, pouca substância. Quem se lembra das últimas eleições presidenciais? Quem concorreu contra Sampaio? E nas anteriores? Além de Sampaio e Cavaco, quem mais foi a votos? Alguém se lembra que Soares foi reeleito em 91 com uns aclamados 70% dos votos?
É que, se já nos resignámos a que só haja eleições presidenciais a sério de dez em dez anos – esta até parece uma das constatações bombásticas à Vasco Pulido Valente! – também parece estarmos a retirar a emoção mesmo a essas. O Soares ralha, o Alegre indigna-se, o Louçã prega e o Jerónimo cai nas boas graças da comunicação social, enquanto o Cavaco se prepara para ganhar.
Pobre país o nosso! - como diria o José Pacheco Pereira, embora esteja desconfiado que ele não empregaria publicamente a sua famosa expressão neste cenário de vitória de Cavaco. Não faz mal porque a uso eu!
Não tenho ideia de ter visto essa série (pois nunca me chamou a atenção)
ResponderEliminarConcerteza já saberá que há cerca de 2 anos saiu um filme com os mesmos personagens
As histórias do Carrocel Mágico passaram originalmente na televisão portuguesa, salvo erro, na Primavera de 1967...
ResponderEliminarMesmo que o filme seja com as mesmas personagens decerto compreenderá Blogger, que as personagens já não serão propriamente "as mesmas"...
Sobretudo, folgo, pelos comentários que verifiquei que foi deixando nas várias caixas de comentários, que tenha passado alguns bons momentos à custa das minhas nostalgias televisivas publicadas neste blogue.