Em entrevista recente, o Ministro da Saúde citou, como exemplo de deficiente distribuição de recursos humanos, o caso do Hospital dos Capuchos, que conta com 59-oftalmologistas-59 (como se escrevia nos cartazes da festa brava 6-Touros-6).
É evidente que o exemplo foi estudado de antemão e não me surpreenderia que tivessem desenterrado o caso mais absurdo que existe em todo o Portugal. Ora, em vez de reconduzir o debate para terrenos razoáveis, o bastonário da Ordem dos Médicos reclamou que não era a sua classe que produzia a legislação ou fazia os quadros do pessoal.
Como são os médicos que aparecem como os beneficiários maiores da inépcia de outrem, isto até parece uma argumentação que decalca as defesas daqueles advogados manhosos, de que a culpa não era do ladrão, a janela é que estava aberta, nem do violador, a moça é que tinha um vestido muito provocante.
Talvez Pedro Nunes tenha algo a aprender com a malta daquele meio. Entre eles, há o ditado que diz que, quando apanhado, malandro que é mesmo malandro não “estrilha”, muda de esquina. Às vezes, é melhor estar calado do que fazer figura de parvo, defendendo o indefensável.
E se os últimos episódios têm mostrado que temos umas elites (Cordeiro, Cluny, oficiais das Forças Armadas ou Pedro Nunes) que parecem sê-lo mais pelo recheio da carteira do que pela formação cívica de que dão mostras, não seria desapropriado agora que dessem mostras de modéstia e recebessem a esse respeito uns bons ensinamentos práticos da marginalidade.
Como diria uma tia de Cascais, votante do Bloco: - Seria giríssimo!
É evidente que o exemplo foi estudado de antemão e não me surpreenderia que tivessem desenterrado o caso mais absurdo que existe em todo o Portugal. Ora, em vez de reconduzir o debate para terrenos razoáveis, o bastonário da Ordem dos Médicos reclamou que não era a sua classe que produzia a legislação ou fazia os quadros do pessoal.
Como são os médicos que aparecem como os beneficiários maiores da inépcia de outrem, isto até parece uma argumentação que decalca as defesas daqueles advogados manhosos, de que a culpa não era do ladrão, a janela é que estava aberta, nem do violador, a moça é que tinha um vestido muito provocante.
Talvez Pedro Nunes tenha algo a aprender com a malta daquele meio. Entre eles, há o ditado que diz que, quando apanhado, malandro que é mesmo malandro não “estrilha”, muda de esquina. Às vezes, é melhor estar calado do que fazer figura de parvo, defendendo o indefensável.
E se os últimos episódios têm mostrado que temos umas elites (Cordeiro, Cluny, oficiais das Forças Armadas ou Pedro Nunes) que parecem sê-lo mais pelo recheio da carteira do que pela formação cívica de que dão mostras, não seria desapropriado agora que dessem mostras de modéstia e recebessem a esse respeito uns bons ensinamentos práticos da marginalidade.
Como diria uma tia de Cascais, votante do Bloco: - Seria giríssimo!
PS - Pelos vistos, o Ministro enganou-se. Não são 59 oftalmologistas, são apenas 30. Ou seja, os efectivos do serviço afinal podem não ser tão obscenos, podem apenas ser absurdos. Na opinião de uma especialista em gestão hospitalar, como a Joana Amaral Dias que, ao criticar Correia de Campos com a segurança com que o fez, dá mostras de estar perfeitamente ao corrente dos problemas existentes no Hospital dos Capuchos: o quadro de pessoal da Otorrinolaringologia, as necessidades da Medicina Física e de Reabilitação ou os dilemas que se põem à Anatomia Patológica. Se o ridículo matasse, seria mais uma autópsia que estes últimos teriam que fazer.
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